quinta-feira, 22 de março de 2012

Brasil e China terão centro de pesquisa conjunto para inovação em nanotecnologia

São estranhas as parcerias entre Brasil e China. Sei de fontes confiáveis que os acordos para a construção de satélites de forma conjunta (o projeto CBERS, comentado alguns posts antes) não são muito vantajosos para o Brasil. O que deveria ser uma "socialização de conhecimentos" na verdade é uma junção de dois grupos de cientistas, onde cada um faz sua parte e não socializa nada com o outro. Será que esse modelo se repetirá aqui?

PS: Desculpem a notícia velha, mas só tive acesso a ela agora e achei-a relevante...

14/02/2012 - 18h18 | Gilberto Costa/Agência Brasil | Brasília
Pequim quer desenvolver sensores e dispositivos para uso em diagnósticos clínicos para atendimento de populações dispersas
 

O Diário Oficial da União publica nesta terça-feira (14/02) portaria assinada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, instituindo o Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia, o CBC-Nano.
Ainda não está definida a agenda de pesquisas do centro, mas, segundo o químico Fernando Galembeck, a China manifestou interesse em desenvolver, com o Brasil, sensores e dispositivos para uso em diagnósticos clínicos para atendimento de populações dispersas. “A ideia é ter um equipamento portátil confiável, de produção barata, que facilite levar atendimento às pessoas”, explica Galembeck, que é diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), em Campinas (SP), e será o coordenador brasileiro no CBC-Nano.

Segundo ele, outra área de interesse é o desenvolvimento de novos produtos a partir da biomassa. “Podemos usar nanotecnologia para transformar os resíduos agrícolas”, disse, lembrando que o Brasil, sendo um dos principais produtores mundiais de alimentos e de commodities agrícolas, gera grande volume de biomassa ainda não aproveitada. O centro sino-brasileiro é virtual e funcionará como uma rede de cooperativa de pesquisa e desenvolvimento da qual ficará vinculado o LNNano. Conforme a portaria, “a participação no CBC-Nano será considerada serviço público relevante, não ensejando qualquer remuneração específica”.

A China é considerada uma das maiores potências na pesquisa com nanotecnologia, enquanto o Brasil ocupa a 25ª posição. Conforme dado divulgado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o mercado internacional de nanotecnologia deverá atingir US$ 693 bilhões até o final deste ano e US$ 2,95 trilhões em 2015. Nanotecnologia diz respeito à capacidade de manipular matérias de tamanho atômico, de 1 a 100 nanômetros – cada nanômetro tem um milionésimo de milímetro, ou seja, uma unidade 10 mil vezes menor que o diâmetro do fio de cabelo.

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