Chama a atenção o expressivo número de geógrafos brasileiros participantes do projeto: nenhum.
Data: 4/3/2012
Fonte: IstoÉ
Para o cientista americano Gregory Asner, a Amazônia vista de cima não é apenas verde, mas amarela, azul, rosa, vermelha e laranja. Essa é a visão que ele tem na tela do seu computador depois de sobrevoar uma área com o Carnegie Airborne Observatory (CAO). Trata-se de um avião bimotor dotado de um equipamento que lança lasers sobre a vegetação e cria um retrato preciso e em três dimensões da biodiversidade e geografia locais. É dessa forma que o pesquisador do Carnegie Institution for Science, nos EUA, pretende contribuir para a criação de políticas de conservação do mais rico bioma da Terra.
Eis a Amazônia: e como sempre, os estrangeiros conhecendo-a melhor que nós... |
“Os satélites não mapeiam a absorção e a emissão de carbono ou a diversidade biológica”, disse Asner à ISTOÉ. “O CAO é a mais avançada tecnologia de mapeamento no mundo para esse tipo de estudo. Enquanto o satélite pode ser usado para mapear a cobertura florestal e o desmatamento, nosso equipamento mostra o que há na floresta”, explica. O Lidar, como é chamado, mapeia 360 quilômetros quadrados por hora (entenda o funcionamento no gráfico abaixo).
Arqueólogo usa máquina para escanear pedrais localizados no rio Madeira, em Rondônia
Tecnologias desse tipo se tornam cada vez mais comuns – e necessárias – para o estudo e consequente conservação de riquezas como as florestas e evidências deixadas por civilizações extintas. É o que está acontecendo no rio Madeira, na área que será o reservatório da usina hidrelétrica Santo Antônio, em Porto Velho (RO). Antes que a água tomasse conta do local para sempre, uma equipe de arqueólogos fez o escaneamento dos chamados pedrais, que possuem inúmeras gravuras rupestres.
“O aparelho transforma o desenho em uma nuvem de pontos, permitindo reconstruí-lo em laboratório”, diz Renato Kipnis, diretor da Scientia, empresa que realizou o mapeamento. Em breve, os dados estarão disponíveis para pesquisadores. Ironicamente, nunca foi tão fácil estudar os pedrais. Asner, do CAO, quer agora mapear a parte brasileira da Amazônia – seus parceiros atuais estão em países como Peru, Colômbia, Equador e Panamá. “A principal barreira agora é conseguir financiar essa parte do estudo. Talvez no futuro”, finaliza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário