sexta-feira, 7 de junho de 2013

ONU: Fome na Somália matou em um ano e meio 260 mil pessoas, metade crianças

Mais da crise muda: a crise africana que ninguém fala...

ONU: Fome na Somália matou em um ano e meio 260 mil pessoas, metade crianças



Share
Tamanho da fonte: Aumentar o tamanho da letraDiminuir o tamanho da letra


Famílias deslocadas somalis em Dhobley, perto da fronteira da Somália com o Quênia. Foto: FAO
Famílias deslocadas somalis em Dhobley, perto da fronteira da Somália com o Quênia. Foto: FAO

Mais de um quarto de milhão de pessoas morreram de fome na Somália, entre outubro de 2010 e abril de 2012, em parte porque a comunidade internacional não agiu rápido o suficiente, disse um chefe humanitário das Nações Unidas no país.

“O sofrimento jogado fora como um drama sem testemunhas”, disse Philippe Lazzarini, coordenador humanitário da ONU para a Somália, comentando os resultados em um novo relatório encomendado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Cerca de 133 mil somalis que morreram — cerca de metade — eram crianças menores de cinco anos, de acordo com a Unidade de Análise de Segurança Alimentar e Nutrição da FAO para a Somália (FSNAU), que realizou o estudo juntamente com a rede FEWS NET.
Classificando a magnitude dos dados de mortalidade como “inquietante”, Lazzarini disse que o relatório confirma “que poderíamos ter feito mais antes que a fome foi declarada em 20 de julho de 2011″ e que o estudo ajudará a garantir “que a Somália nunca passe por uma outra epidemia de fome novamente”.
Ele acrescentou que “os avisos que começaram já com a seca em 2010 não desencadearam uma ação prévia suficiente. Em áreas mais afetadas, o acesso às pessoas necessitadas foi tremendamente difícil”.
No auge da crise, entre maio e agosto de 2011, cerca de 30 mil pessoas morreram por mês, de acordo com o estudo.
“Cerca de 4,6% da população total e 10% das crianças menores de cinco anos morreram no sul e centro da Somália”, informou a FAO. “Lower Shabelle, Mogadíscio e Bay foram as mais atingidas.”
A mobilização maciça da comunidade humanitária ajudou a atenuar os piores efeitos da crise, uma vez que a fome foi declarada, disse o coordenador humanitário. “Chegamos a áreas anteriormente inacessíveis através de uma ação inovadora e por meio do fortalecimento de parcerias locais.”
Desde então, a comunidade das Nações Unidas e seus parceiros mudaram a maneira como operam, disse Lazzarini: “Com 2,7 milhões de pessoas ainda precisando de ajuda para salvar vidas e apoio para construir seus meios de subsistência, estamos redobrando esforços para investir nas pessoas e comunidades somalis para quebrar o ciclo de crise e de resposta.”
“Estamos buscando formas de superar o trabalho humanitário e de desenvolvimento que será crucial para a consolidação da capacidade de resiliência dos povos e das comunidades da Somália”, acrescentou.

Agradecimento dos 20 Mil!

Olha só, quem diria?! O Blog atingiu a marca das 20.000 visualizações!
O que mais eu posso dizer além de um graaaande "Obrigado!"?!
Obrigado!

domingo, 26 de maio de 2013

Ano Internacional da Quinoa pode diminuir insegurança alimentar e transformar a dieta mundial

Olha só: novamente um alimento ameríndio tentando salvar o mundo da fome. Batata, milho, quinoa...

Ano Internacional da Quinoa pode diminuir insegurança alimentar e transformar a dieta mundial


Share
Tamanho da fonte: Aumentar o tamanho da letraDiminuir o tamanho da letra


Plantadoras de Quinoa na Bolívia. Foto: Claudio Guzmán/FAO

A quinoa, um tipo de grão altamente nutritivo que entrou recentemente no cardápio de grandes chefs em todo o mundo, tem sido uma parte importante da alimentação durante séculos na América do Sul, entre as comunidades pré-colombianas agrícolas andinas da Colômbia ao Equador. Na verdade, a maioria da quinoa do mundo é cultivada no altiplano, que abrange o Peru e a Bolívia.
 
Em 2012 o presidente da Bolívia, Evo Morales, foi nomeado embaixador especial para o Ano Internacional da Quinoa pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). A quinoa foi levada para os holofotes da ONU pelo presidente Morales — ele próprio um ex-agricultor do grão — que foi a nova Nova York para o lançamento do Ano, juntamente com a primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, que promove a dieta tradicional andina para combater a desnutrição infantil.

Ao declarar 2013 o “Ano Internacional da Quinoa”, as Nações Unidas esperam popularizar uma semente de suporte à vida que pode ajudar a promover a segurança alimentar e a erradicação da pobreza, acabar com a desnutrição e estimular a biodiversidade em apoio à realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). É também uma forma de um reconhecimento aos povos indígenas que preservaram a quinoa através do conhecimento e práticas tradicionais passadas através dos tempos.

“Nós queremos que o mundo a conheça”, disse Alan Bojanic, vice-representante de Escritório Regional da FAO para América Latina e Caribe, admitindo que algumas pessoas questionam a decisão de dar à quinoa um ano próprio.

Alimento indígena em harmonia com a Natureza

Na Resolução 66/221, a Assembleia Geral da ONU declarou o Ano Internacional da Quinoa em reconhecimento aos povos indígenas andinos “que conseguiram preservar a quinoa em seu estado natural como alimento para as gerações presentes e futuras, através de práticas ancestrais de viver em harmonia com a Natureza”. Por isso, o tema deste ano: “Um futuro semeado há milhares de anos”.

A quinoa não é exatamente um grão, nem um vegetal. É um ‘pseudo’ cereal, parte do gênero Chenopodium e relacionado com a beterraba e o espinafre. As sementes de quinoa são isentas de glúten e têm todos os aminoácidos essenciais, oligoelementos e vitaminas necessários para a sobrevivência. Devido ao seu alto valor nutricional, os povos indígenas e pesquisadores o chamam de “o grão de ouro dos Andes”.

Quinoa é a ponte para a segurança alimentar

Advertindo que o cultivo está “ainda em fase experimental” em algumas áreas, Bojanic, que também atua como secretário para o Secretariado do Ano Internacional da Quinoa, disse que a quinoa “está começando a ser consumida por países que não pensariam em tê-la há alguns anos”. Isto inclui Canadá, China, Dinamarca, Itália, Índia, Quênia, Marrocos e Holanda, que já estão produzindo ou fazendo testes agronômicos para a produção comercial da quinoa.

A Bolívia e o Peru são responsáveis por mais da metade das 70 mil toneladas de quinoa produzidas anualmente, com os Estados Unidos responsáveis por cerca de 7 mil toneladas e a França logo atrás, segundo relatórios da FAO. A quinoa é resistente, ela vive em temperaturas de -8ºC a 38ºC, ao nível do mar ou 4 mil metros de altitude e não é afetada por secas ou solos pobres.
Cultivo de quinoa no altiplano. Foto: FAO/Claudio Guzmán
“Esta cultura pode ser cultivada em condições muito difíceis, como o semiárido, em altitudes elevadas ou nível do mar, sem fertilizante. É uma cultura incrível em termos de adaptabilidade a ambientes estressantes”, observou Bojanic.

Esta capacidade de adaptação torna a quinoa potencialmente viável para áreas com secas periódicas, como a região do Sahel — que inclui o Senegal, Chade, Níger e Mauritânia –, onde milhões de pessoas necessitam de ajuda alimentar de emergência e a desnutrição é galopante.

Os números mais recentes da FAO, contidos no Relatório sobre o Estado da Insegurança Alimentar no Mundo de 2012, mostram que, apesar dos progressos significativos, quase 870 milhões de pessoas — ou uma em cada oito — ainda sofrem de desnutrição crônica.

Funcionários da ONU dizem que ainda há tempo para atingir o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio para redução da proporção de pessoas que passam fome em todo o mundo pela metade até 2015, mas os países devem intensificar os seus esforços e a quinoa oferece uma esperança.

O dilema da quinoa

Atributos agronômicos e nutricionais de lado, o sucesso global quinoa depende de fazê-la acessível. Os consumidores não compram o que não podem pagar e os agricultores não vão plantar grandes quantidades de um cultivo que não é financeiramente viável.

Esse é o chamado dilema da quinoa uma vez que, como a demanda por quinoa tem crescido nos últimos anos, também tem o seu preço. Há uma década, uma tonelada de quinoa custava menos de 70 dólares e agora é vendido por mais de 2 mil dólares, de acordo com dados da FAO.
Foto: FAO
Na Bolívia, os agricultores da quinoa próximos ao Lago Titicaca, o reservatório de água mais alto do mundo, levam na altura da cintura hastes cobertas de flores roxas, amarelas, verdes e laranjas para a colheita. Este é considerado o berço das grandes civilizações para os tiahuanaco e os incas e ali está a origem da quinoa.

“Agora as pessoas em todos os lugares estão comprando quinoa. Em La Paz, eles vendem nos mercados. Está em toda parte. Por essa razão, também somos capazes de vender em pequenas quantidades. Com esse dinheiro sustentamos nossas famílias”, relatou o agricultor Elias Vargas à ONU.

Vargas e seus vizinhos vendem suas colheitas a uma cadeia de café boliviana, Alexander Coffee, que usa quinoa em suas saladas, sanduíches e sobremesas. A padaria da empresa produz mais de mil biscoitos de quinoa e chocolate por dia.

“No começo foi difícil mudar a mentalidade”, lembrou a diretora executiva da Alexander Coffee, Pamy Quezada Velez. A quinoa costumava ser conhecida como “o alimento do homem pobre” e os bolivianos preferiam comer trigo e arroz. “Mais pessoas estão se abrindo para a ideia e estamos indo bem com quinoa.”

A parceria entre os pequenos agricultores e pequenas empresas é parte de um projeto apoiado pelo Fundo Internacional da ONU para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA). Enquanto os agricultores como Vargas não crescem o suficiente para vender para o mercado externo, o aumento do consumo interno proporciona-lhes novas oportunidades.

Aumento dos preços e preocupação com a desnutrição

Quase todos os cerca de 250 mil hectares de terras agrícolas de quinoa estão nas mãos de pequenos agricultores e associações em todo o mundo. A FAO estima que pelo menos 130 mil pequenos produtores de quinoa só na América do Sul vão se beneficiar este ano do aumento de vendas, preços mais elevados para suas colheitas e de um retorno às práticas indígenas de forma sustentável.

“Nos mercados tradicionais, ainda é bastante acessível para as pessoas pobres, mas quando você a encontra no supermercado tende a ser bastante caro”, observou Bojanic.

A rápida expansão da agricultura quinoa nos últimos anos tem sido uma faca de dois gumes. Como os preços sobem, os agricultores estão mais propensos a vender as colheitas de quinoa que consumiriam, gerando preocupações de desnutrição. Cerca de um terço das crianças com menos de cinco anos nos países andinos já estão cronicamente desnutridas, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A mudança na escolha de alimentos como resultado de uma maior renda também está fazendo com que alguns agricultores mudem sua dieta tradicional para alimentos processados mais calóricos. A mudança ocorre particularmente entre os jovens, que preferem um refrigerante com açúcar a uma bebida caseira de água fervida, açúcar e farinha de quinoa.

Além disso, os incentivos maiores para produzir mais quinoa também estão contribuindo para disputas de terra. “Terra que mal tinha uso no passado e agricultores de pequeno porte que não estavam em conflito estão começando — agora que a terra tem mais valor — a entrar em conflito entre si para que possam reivindicar essas terras para a produção de quinoa”, relatou Bojanic.

As disputas por propriedade são ainda mais agravadas pela migração reversa, com os altos preços da quinoa motivando os moradores que se mudaram para as cidades a retornar ao campo, e pela falta de descanso suficiente do solo entre as colheitas.

O impulso para o aumento da produção está aparentemente em desacordo com a vida tradicional dos agricultores de quinoa, uma razão principal para a quinoa ter sido selecionada para a homenagem. Mas funcionários da ONU ressaltam que o aumento da importância de desenvolvimento de sistemas de produção sustentáveis para o consumo de quinoa e a segurança alimentar estão entre os principais objetivos para o ano.

Estimular práticas agrícolas sustentáveis e parcerias

Logo do Ano da Quinoa (2013)O Ano Internacional da Quinoa é coordenado por seu Comitê de Coordenação Internacional –composto pelos Ministérios da Agricultura dos países andinos e da França. A Bolívia tem a presidência da Comissão, com o Equador, Peru e Chile compartilhando a vice-presidência.

“A reação é muito entusiasmada”, disse Bojanic. “Os governos estão buscando uma abordagem coordenada para aumentar a produção nacional e regional.”

No setor público, a ONU está procurando envolver centros internacionais de pesquisa agrícola e centros de investigação nacionais em uma rede global de pesquisa e um banco de dados de genes para manter a colheita de 120 variações. A ideia é que especialistas testem as culturas e mostrem aos agricultores como eles podem melhorar seus cultivos sob diferentes condições.

A professora Luz Gomez Pando é uma das especialistas locais e acadêmicas que trabalham com a ONU, em Lima, Peru. Baseada na Universidade La Molina, ela utiliza a radiação nuclear para desenvolver novas variedades de quinoa que têm um rendimento mais elevado. Os raios gama aceleram o processo de evolução que levaria milhões de anos na natureza. Ela, então, dá as sementes às mulheres agricultoras e, na época da colheita, cozinha quinoa com elas.

“Eu vim do planalto acima de 3 mil metros e sou filha de dois agricultores”, afirma Gomez à Rádio ONU e à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). “O que precisamos agora é ter essas culturas muito rápido em extensos campos.”

A maioria da quinoa é produzida utilizando as tecnologias tradicionais, que resultam em baixos rendimentos. Um hectare normalmente resulta em 600 kg de quinoa. A FAO quer aumentar a produção para uma tonelada de quinoa por hectare. Isso ajudaria a aumentar a produção global de 70 mil toneladas para 200 mil toneladas por ano até 2018, através de tecnologias melhoradas e engajamento com empresas que já processam quinoa, incluindo grandes importadores e exportadores.

“As empresas que lidam com quinoa na Bolívia estão começando a transformar a quinoa em diferentes produtos e exportá-los, e estamos começando a entender melhor e estudar o potencial deste alimento. E também identificar quais variedades são boas para o quê”, disse Wilfredo Rojas, coordenador da Fundação Proinpa, da Bolívia.

Além da quinoa pura, há um mundo de subprodutos relacionados com sementes de quinoa, variando de pão orgânico e espaguete a vodca e cosméticos.

Os novos produtos estão chegando a novos consumidores, uma tendência que o Comitê Internacional para a Quinoa quer continuar. Eles devem chegar este ano a feiras de alimentos, livros de receitas, competições culinárias e eventos culturais para reforçar a posição de quinoa no mundo gastronômico.

“Todos nós devemos prová-la. É importante pelo valor que representa para a sua própria saúde. É muito fácil de cozinhar. Tem um sabor agradável. Há muito espaço para a imaginação”, concluiu Bojanic.
Saiba tudo sobre o Ano Internacional da Quinoa:

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Priorizar internação compulsória para tratamento de drogas é ‘inadequado’ e ‘ineficaz’, diz OMS

Ah, mas até a ONU sabe... só os brasileiros que não sabem... pra variar...

Priorizar internação compulsória para tratamento de drogas é ‘inadequado’ e ‘ineficaz’, diz OMS


Share
Tamanho da fonte: Aumentar o tamanho da letraDiminuir o tamanho da letra


Internação involuntária de usuários de crack em uma grande cidade brasileira. Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo
Internação involuntária de usuários de crack em uma grande cidade brasileira. Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), representação regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) no continente americano, divulgou uma nota técnica nesta quarta-feira (8) com críticas à priorização que tem sido feita no Brasil pela internação compulsória para o tratamento de usuários de drogas.

 Na nota, a OPAS afirma que considera “inadequada” e “ineficaz” a “adoção da internação involuntária ou compulsória como estratégia central para o tratamento da dependência de drogas”.

A Organização declarou que a “priorização de medida extrema como a internação compulsória” está na “contramão do conhecimento científico sobre o tema” e pode “exacerbar as condições de vulnerabilidade e exclusão social dos usuários de drogas”.

A agência da ONU na área de saúde apontou que as consequências negativas do consumo de álcool e outras drogas no Brasil “têm sido identificadas como um problema prioritário para o setor saúde” e que “bebidas alcoólicas e tabaco ocupam as primeiras posições entre as substâncias mais consumidas, enquanto maconha e crack apresentam percentuais mais baixos”.

Segundo a nota, o Brasil “priorizou a implantação de serviços comunitários para o tratamento da dependência de álcool e outras drogas e o resultado foi a expansão da rede de atendimento e do acesso ao tratamento”. No entanto, diz a nota, “ainda que a lei 10.216 de 2001 descreva a internação como uma das estratégias possíveis para o tratamento dos transtornos mentais, ultimamente, alguns Estados e Municípios têm utilizado a internação como principal forma para lidar com a dependência de drogas”.

A “Nota Técnica da OPAS/OMS no Brasil sobre internação involuntária e compulsória de pessoas que usam drogas” lembra que um documento elaborado pela OMS em 2008, em conjunto com o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC), descreveu dez princípios gerais que orientam o tratamento da dependência de drogas.

Um deles, intitulado “Tratamento da dependência de drogas, direitos humanos e dignidade do paciente”, explicita que o “direito à autonomia e autodeterminação, o combate ao estigma, ao preconceito e à discriminação e o respeito aos direitos humanos devem ser observados em qualquer estratégia de tratamento para a dependência de drogas”.

O documento também recomenda que o tratamento não deve ser forçado aos pacientes. “A internação compulsória é considerada uma medida extrema, a ser aplicada apenas a situações excepcionais de crise com alto risco para o paciente ou terceiros, e deve ser realizada em condições e com duração especificadas em Lei. Ela deve ter justificativa clara e emergencial, além de ter caráter pontual e de curta duração”, afirma a OPAS.

A Organização levantou preocupação com a garantia dos direitos humanos e com o respeito ao processo legal para autorizar e manter a internação compulsória para lembrar que 12 agências das Nações Unidas – entre elas a OMS – emitiram em 2012 comunicado conjunto sobre os Centros de Detenção e Reabilitação Compulsória. O documento recomendou aos países que estes centros sejam fechados, ou, na impossibilidade do fechamento imediato, que sejam seguidas recomendações descritas no documento.
“As agências recomendam claramente [no documento de 2012] que seja priorizada a implantação de ações e serviços de saúde comunitários com características voluntárias. As internações compulsórias só devem ser utilizadas em circunstâncias claramente definidas como excepcionais e, mesmo assim, devem respeitar os direitos humanos previstos na legislação internacional”, afirma a nota da OPAS.

Em 1997 e 2001, o Conselho Diretor da OPAS já havia aprovado resoluções que defendem a ênfase na implantação de serviços comunitários de saúde mental e de atenção psicossocial aos transtornos mentais. Em 2011, uma resolução que aprova o Plano de Ação sobre Uso de Substâncias Psicoativas e Saúde Pública afirmava textualmente que “os recursos financeiros e humanos devem ser usados, em primeiro lugar, nos serviços ambulatoriais de base comunitária da atenção básica e que sejam integrados no sistema de saúde geral”.

A nota técnica adiciona: “A OPAS no Brasil, em consonância com as referências citadas, acredita que o fortalecimento da rede de atenção psicossocial é prioritário e se constitui como opção mais adequada como resposta do setor saúde para o consumo de drogas. A perspectiva da rede pressupõe em si a necessidade de articulação dos diversos dispositivos e estratégias de trabalho – que incluem a internação – como forma a oferecer a melhor resposta sanitária para as demandas das pessoas que usam drogas.”

Leia a nota técnica na íntegra clicando aqui.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Doações brasileiras ao Programa Mundial de Alimentos na Guatemala totalizam 3.200 toneladas

Pra não falar que só criticamos o Brasil... rsrsr... Só uma questão: acho sensacional ajudar outros países, especialmente os latinoamericanos, mas, quantas toneladas são doadas para o sertão nordestino?

Doações brasileiras ao Programa Mundial de Alimentos na Guatemala totalizam 3.200 toneladas



Share
Tamanho da fonte: Aumentar o tamanho da letraDiminuir o tamanho da letra


Mulher guatemalteca da região de Quiche, Guatemala. Foto: ONU/John Olsson
Mulher guatemalteca da região de Quiche, Guatemala. Foto: ONU/John Olsson

Os governos do Brasil e da Espanha doaram 456 toneladas de arroz para o governo da Guatemala por meio do Programa Mundial de Alimentos (PMA), informou na quinta-feira (9) a assessoria do PMA. Com a remessa, que se destina a famílias da área conhecida como ‘corredor seco’, Brasil totaliza 3.200 toneladas
de alimentos doadas ao país nos últimos dois anos.

O objetivo é apoiar as famílias da área conhecida como “corredor seco”, que perderam colheitas e outros meios de subsistência após o último período da onda de calor prolongada.

“O PMA agradece por poder contar com o apoio do Brasil e da Espanha, e também com o governo da Guatemala, com quem trabalhamos lado a lado”, ressaltou o representante do PMA na Guatemala, Guy Gauvreau. “É importante lembrar que, além desta doação, os países também fizeram compras de milho e feijão de pequenos agricultores locais, fortalecendo também o mercado interno.”

O ministro da Agricultura, Pecuária e Alimentação, Elmer Lopez, também agradeceu o apoio dado pela comunidade internacional para combater a fome no país. Ele anunciou que a contribuição do Brasil e da Espanha superam 5 mil toneladas de alimentos, armazenados nos depósitos do Instituto Nacional de Comercialização Agrícola da Guatemala (INDECA) em todo o país.

O apoio alimentar se destina a quase 11 mil famílias nos departamentos de Santa Rosa, Suchitepequez, Huehuetenango e Chimaltenango.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Mais de 23 mil pedestres morreram em 2010 na América Latina e Caribe, alerta OMS

Guerra?

Mais de 23 mil pedestres morreram em 2010 na América Latina e Caribe, alerta OMS

11 de maio de 2013 · Destaque

Share
Tamanho da fonte: Aumentar o tamanho da letraDiminuir o tamanho da letra


42.844 pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil em 2010. Foto: Tânia Rêgo/ABr
42.844 pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil em 2010. Foto: Tânia Rêgo/ABr

Mais de 23.500 pedestres morreram nas estradas da América Latina e Caribe em 2010, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, representação regional da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). No Brasil, 42.844 pessoas morreram em acidentes de trânsito também em 2010, segundo o Ministério da Saúde.

O número de pedestres mortos corresponde a 23% dos óbitos por acidentes de trânsito, mas a proporção varia entre as regiões: 25% nos países andinos, 27% no Caribe e 31% na América Central. Em países como Estados Unidos e Canadá, essa porcentagem é muito menor, 12% e 14%, respectivamente.

Segundo a OMS, mais de 270 mil pedestres morrem em acidentes nas estradas do mundo inteiro a cada ano, o que equivale a 22% do total de 1,24 milhão de mortes por acidentes de trânsito.

Nas Américas, as crianças que vão e voltam da escola caminhando e os jovens adultos são as maiores vítimas. Também a nível global, a população masculina, tanto crianças como adultos, representam os pedestres que mais morrem nas estradas. Além dos óbitos, milhões de pedestres sofrem lesões que podem causar invalidez permanente ou exigir estadias longas em hospitais, o que custa caro para os hospitais.

Para marcar as comemorações da II Semana da Segurança Rodoviária Global, que vai do dia 6 ao dia 12 de maio, a OPAS e a OMS pediram para que os países instaurem mais medidas de segurança no trânsito, como aplicação dos limites de velocidade, leis que proíbem dirigir embriagado, paradas, calçadas e faixas de pedestres.

“Caminhar é uma necessidade diária para muitas pessoas, especialmente nos países em desenvolvimento, além de ser bom para a saúde e o meio ambiente”, disse Eugenia Rodrigues, Assessora de Segurança Rodoviária da OPAS/OMS. “No entanto, no sistema viário de nossos países, tradicionalmente, os veículos automotores têm recebido mais atenção e espaço. Precisamos tomar medidas urgentes para melhorar a segurança dos pedestres nas nossas estradas.”

A II Semana da Segurança Rodoviária Global faz parte da Década da Ação pelo Trânsito Seguro (2011-2020) e pretende salvar 5 milhões de vidas.

sábado, 18 de maio de 2013

RD Congo: ONU denuncia estupros em massa e execuções tanto por soldados quanto por rebeldes

Êeee Congo... até quando? E a pergunta permanece: se a Europa está em crise, o que será que ocorre na África?

RD Congo: ONU denuncia estupros em massa e execuções tanto por soldados quanto por rebeldes

  

Share
Tamanho da fonte: Aumentar o tamanho da letraDiminuir o tamanho da letra


Moradores fugindo de suas casas em Sake, em Kivu do Norte (RDC), após o início dos conflitos entre as forças governamentais e os grupos rebeldes. Foto: ONU/Sylvain Liechti
Moradores fugindo de suas casas em Sake, em Kivu do Norte (RDC), após o início dos conflitos entre as 
forças governamentais e os grupos rebeldes. Foto: ONU/Sylvain Liechti

Graves violações dos direitos humanos e do direito humanitário internacional foram cometidas em novembro de 2012 durante os combates entre as forças governamentais e os rebeldes do Movimento M23 na cidade de Goma, província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (RDC), e durante a retirada posterior das forças armadas congolesas (FARDC) da província de Kivu do Sul,

É o que apontou um relatório da ONU.

O relatório do Escritório Conjunto de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNJHRO) dá detalhes de vítimas e testemunhas sobre estupros em massa, assassinatos e execuções arbitrárias, além de violações decorrentes de saques generalizados. O documento da ONU observou que o abuso sistemático e particularmente violento foi cometido por alguns elementos das FARDC enquanto se retiravam das cidades de Goma e Sake, na província de Kivu do Norte, se reagrupando em torno da cidade de Minova, em Kivu do Sul.

A investigação da ONU documentou 135 casos de violência sexual perpetrados por elementos das forças armadas dentro e próximo da cidade de Minova. Entre as vítimas estão 33 meninas com idades entre 6 e 17 anos.

Segundo os relatos, soldados das FARDC entravam nas casas, as saqueavam e estupravam as mulheres e meninas que encontravam em seu interior. Em muitos casos, os soldados cometiam atos adicionais de violência física.

Durante o período de ocupação de Goma e Sake, os combatentes do M23 também perpetraram violações graves do direito internacional humanitário e graves violações dos direitos humanos. Segundo o documento, eles foram responsáveis por pelo menos outros 59 casos de violência sexual. A investigação da ONU também documentou pelo menos 11 execuções arbitrárias, recrutamento de crianças, trabalho forçado, tratamento cruel, desumano e degradante, além de saques pelos combatentes do M23.

A falta de disciplina de soldados e oficiais pode ser parcialmente explicada pela integração frequente de ex-rebeldes no exército nacional, sem treinamento adequado, e pela falta de mecanismos apropriados. O M23 também é conhecido por seu preocupante histórico de direitos humanos. As infrações descritas no relatório podem constituir crimes tanto sob a lei internacional de direitos humanos quanto sob a legislação penal congolesa.

“Os responsáveis por tais crimes devem saber que serão punidos”, disse a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay. “O povo da República Democrática do Congo tem sofrido um nível intolerável de violência nos últimos anos. Em particular, a violência sexual descrita neste relatório é horrível, tanto pela escala quanto pela natureza sistemática. Os recentes esforços feitos pelas autoridades da RDC para investigar essas violações em Kivu do Norte e do Sul são um passo importante para a responsabilização. Mas muito mais precisa ser feito para garantir justiça para as vítimas e para restabelecer a confiança da população civil no sistema de justiça congolês”, acrescentou.

Em dezembro de 2012, uma investigação judicial foi iniciada, com apoio da Missão de Estabilização da ONU na RDC (MONUSCO) e outros parceiros. A partir do final de março de 2013, 12 oficiais superiores tinham sido suspensos por incidentes em Minova, enquanto a investigação por parte das autoridades judiciais congolesas ainda está em curso.

“Saúdo as medidas tomadas até agora pelas autoridades congolesas, incluindo a decisão de suspender os oficiais superiores supostamente ligados aos estupros em massa”, disse o Representante Especial do Secretário-Geral na RDC, Roger Meece. “A ONU continua a oferecer o seu apoio tanto à investigação judicial e às forças armadas congolesas. No entanto, para esse apoio ser continuado, a investigação em curso deve ser realizada de forma independente e credível, e a justiça deve ser feita para as vítimas. Os futuros esforços para reformar o setor da segurança deve incluir uma verificação sistemática dos registros de direitos humanos de combatentes e seus comandantes para que o exército congolês possa garantir a plena proteção dos civis.”

O Escritório Conjunto de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNJHRO) foi criado em fevereiro de 2008 e é composto pela MONUSCO e pelo escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos na RDC.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

1964: Um Golpe Contra o Brasil

Todo mundo tem que assistir a este novo documentário, afinal é o tipo de assunto que deve ser debatido TODOS OS DIAS, exatamente como os europeus fazem acerca da II Guerra Mundial.

terça-feira, 30 de abril de 2013

165 milhões de crianças estão desnutridas em todo o mundo, 80% em apenas 14 países

A gente não quer só comida... mas em alguns lugares, "só comida" já é um ótimo começo...


165 milhões de crianças estão desnutridas em todo o mundo, 80% em apenas 14 países

16 de abril de 2013 · Destaque

Share
 
 
Tamanho da fonte: Aumentar o tamanho da letraDiminuir o tamanho da letra

Foto: UNICEF
Foto: UNICEF
Uma em cada quatro crianças com menos de cinco anos de idade sofre de atrofiação devido à desnutrição crônica em períodos cruciais do crescimento, afirmou nesta segunda-feira (15) uma agência da ONU. O dano feito ao corpo e ao cérebro de uma criança pelo atrofiamento é irreversível — prejudica o desempenho na escola e mais tarde no trabalho, expondo as crianças a um maior risco de morrer por doenças infecciosas.
O relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) – “Melhorando a nutrição infantil: o imperativo viável para o progresso global” – observa que a chave para superar a desnutrição é dar especial atenção ao período da gravidez e nos primeiros dois anos de vida de uma criança.
“A desnutrição pode acabar com oportunidades na vida de uma criança e com o desenvolvimento de uma nação”, disse o Diretor Executivo do UNICEF, Anthony Lake.
Estima-se que 80% das crianças que sofrem por atrofiamento no mundo vivem em apenas 14 países. O relatório destaca sucessos na ampliação da nutrição e na melhoria das políticas em 11 países: Etiópia, Haiti, Índia, Nepal, Peru, Ruanda, República Democrática do Congo, Sri Lanka, Quirguistão, Tanzânia e Vietnã.
No estado de Maharashtra, na Índia, o percentual de crianças desnutridas caiu de 39%, em 2005, para 23%, em 2012. Principalmente devido ao apoio aos trabalhadores da linha de frente que se concentram em melhorar a nutrição infantil.
No Peru, o atrofiamento caiu em um terço entre 2006 e 2011, após uma iniciativa que pressionou candidatos políticos a assinarem um compromisso para reduzir a desnutrição em crianças menores de cinco anos a 5%, no período de cinco anos, e para diminuir as desigualdades entre as zonas urbanas e rurais.
A Etiópia diminuiu seu percentual de atrofiamento de 57% para 44% entre 2000 e 2011, através da implementação de um programa nacional de nutrição, fornecendo uma rede de segurança nas áreas mais pobres e aumentando a assistência nutricional das comunidades.
relatório diz que as soluções existentes e o trabalho de novas parcerias representam uma oportunidade sem precedentes para tratar a desnutrição infantil no mundo, acelerando o progresso através de projetos nacionais, coordenados com o apoio de doadores e com metas mensuráveis.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Autor explica como licenciar ideias e viver de renda

Para começar a semana cheio(a) de ideias... e para lucrar com estas ideias!


Autor explica como licenciar ideias e viver de renda

da Livraria da Folha
Stephen Key, especialista em licenciamento e invenções, detém 13 patentes e mais de 20 ideias licenciadas. Ele vive imaginando novos produtos e vivendo dos royalties. No livro "Uma Simples Ideia", ele ensina como qualquer um pode fazer isso.
"Alugo minhas ideias para outras empresas", conta Key. "Enquanto elas estão fabricando e comercializando as coisas que eu idealizei, recebo o aluguel referente a essas ideias e faço o que eu adoro fazer: criar".
Divulgação
Como transformar a sua criatividade em um gerador de renda passiva
Como transformar a sua criatividade em um gerador de renda passiva
Depois de apresentar as suas ideias para empresas, elas se encarregam da pesquisa e do desenvolvimento, da produção, do marketing, das vendas, da contabilidade e da distribuição. O criador fica fora de todo trabalho não quer fazer.
No volume, o autor aconselha o leitor a não confiar cegamente nos direitos de um registro. "Se você pensa que uma patente lhe garante proteção, está maluco", alerta. "O primeiro a colocar uma coisa no mercado é dono do espaço na prateleira. Essa é a melhor proteção que você pode ter".
Segundo Key, a profissão descarta qualquer tipo de diploma. O fundamental é ter a percepção da necessidade de um produto ou serviço que será interessante para o consumidor. Abrir uma empresa também é dispensável para entrar nesse meio.
"Uma Simples Ideia" explica como manter as suas inovações em segurança, colocar os produtos no mercado e aprimorar o potencial de lucro.
*
"Uma Simples Ideia"
Autor: Stephen Key
Editora: Cultrix
Páginas: 288
Quanto: R$ 38,90 (preço promocional*)
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha
Atenção: Preço válido por tempo limitado ou enquanto durarem os estoques. Não cumulativo com outras promoções da Livraria da Folha. Em caso de alteração, prevalece o valor apresentado na página do produto.
Texto baseado em informações fornecidas pela editora/distribuidora da obra.

domingo, 28 de abril de 2013

'A economia mundial está destroçada', diz economista coreano

Aos que acham que toda a crítica ao capitalismo é pouca (como eu!), afinal, de elogios esse sistema econômico não morre (vide o Jornal da Globo e suas entusiasmadas puxadas de saco), segue uma interessante sugestão de livro!


'A economia mundial está destroçada', diz economista coreano

da Livraria da Folha
O economista sul-coreano Ha-Joon Chang defende que as causas da crise de 2008 não foram combatidas. "Essa catástrofe foi essencialmente criada pela ideologia do livre comércio que domina o mundo desde a década de 1980", escreve em "23 Coisas que não nos Contaram sobre o Capitalismo".
Divulgação
Ha-Joon Chang investiga se é possível reconstruir a economia mundial
Chang investiga se é possível reconstruir a economia mundial
No livro, Chang apresenta os mitos econômicos do mundo em que vivemos e alerta para um novo colapso. Para o autor, a economia mundial está desmoronando num ritmo vertiginoso.
"Os enormes déficits orçamentários criados pela crise obrigarão os governos a reduzir de uma maneira significativa os investimentos públicos e as aplicações na área do bem-estar social, afetando negativamente o crescimento econômico", conta.
Esses cortes provocarão uma conjuntura que pode persistir por décadas. "Algumas pessoas que perderam o emprego e a sua casa durante a crise talvez nunca mais consigam ingressar novamente na economia convencional".
Em um cada dos capítulo, um mitos é devidamente apresentado e combatido. Livre mercado, gestão de empresas, salário, internet, padrão de vida nos EUA e igualdade de oportunidade são alguns dos temas abordados.
Nascido em Seul, Ha-Joon Chang se graduou na faculdade de economia e política de Cambridge, em 1986, e titulado como doutor em 1992. É professor na mesma universidade.
*
"23 Coisas que não nos Contaram sobre o Capitalismo"
Autor: Ha-Joon Chang
Editora: Cultrix
Páginas: 368
Quanto: R$ 38,90 (preço promocional*)
Onde comprar: pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha
Atenção: Preço válido por tempo limitado ou enquanto durarem os estoques. Não cumulativo com outras promoções da Livraria da Folha. Em caso de alteração, prevalece o valor apresentado na página do produto.
Texto baseado em informações fornecidas pela editora/distribuidora da obra.

sábado, 27 de abril de 2013

Povos indígenas da América Latina e Caribe são aliados estratégicos contra a fome, afirma FAO

Ideias baratas e que dêem resultado?! Apelar para os chamados "conhecimentos tradicionais" é sempre uma boa pedida!

Apesar de não seguirem necessariamente os métodos científicos pós século XVI, esses conhecimentos contam com experiências de tentativa e erro acumuladas por século. Ignorar algo desta natureza é, no mínimo, bem estúpido...


Povos indígenas da América Latina e Caribe são aliados estratégicos contra a fome, afirma FAO

18 de abril de 2013 · Notícias

Share
 
 
Tamanho da fonte: Aumentar o tamanho da letraDiminuir o tamanho da letra

Representante Regional da FAO, Raul Benitez, com representantes de povos originários da região.
Representante Regional da FAO, Raul Benitez, com representantes de povos originários da região.
Os povos indígenas podem dar uma contribuição essencial para a erradicação da fome, insegurança alimentar e desnutrição na América Latina e no Caribe, disse esta semana que o Escritório Regional da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Durante o segundo diálogo social entre os povos indígenas e a FAO, em Santiago do Chile, o Representante Regional da FAO, Raul Benitez, afirmou que “é necessário resgatar e promover o conhecimento tradicional que [os indígenas] produziram ao longo dos séculos. Ele contém uma riqueza de estratégia e saberes necessários para avançar para a erradicação da fome em nossa região”.
Estiveram presentes líderes, acadêmicos e profissionais indígenas de 20 países da região. Myrna Cunningham, representante regional do Fórum Permanente sobre Questões Indígenas das Nações Unidas, elogiou a aliança proposta pela FAO para trabalhar no resgate de conhecimentos tradicionais relacionados com a produção de alimentos, nutrição, saúde e os complexo desafios da gestão de riscos ambientais.
De acordo com a FAO, os sistemas alimentares desenvolvidos por estes povos, suas dietas tradicionais e sistemas de produção e manejo sustentável dos recursos naturais são uma herança de valor inestimável, que pode ajudar a encontrar as respostas para os problemas decorrentes dos paradigmas atuais de vida e progresso da sociedade contemporânea.
Apesar da enorme contribuição que podem dar para o desenvolvimento e segurança alimentar, muitos povos indígenas enfrentam altos níveis de desnutrição — eles representam apenas 5% da população mundial, porém são responsáveis por 15% da pobreza extrema.
“Trabalhar com os povos indígenas é uma prioridade para o Escritório Regional da FAO. Nós ouvimos as suas vozes para encontrar novos padrões de produção e consumo. Assim, acreditamos que, apesar da insegurança alimentar e pobreza que muitos enfrentam, eles não são parte do problema, são parte da solução”, acrescentou Benitez.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Brasil crescerá abaixo da média latino-americana em 2013, diz Banco Mundial

Êeeee Brasilzão...


Brasil crescerá abaixo da média latino-americana em 2013, diz Banco Mundial

19 de abril de 2013 · Destaque

Share



Tamanho da fonte: Aumentar o tamanho da letraDiminuir o tamanho da letra

Comércio de rua no Rio de Janeiro. Foto: Andre Leal/Creative Commons
Comércio de rua no Rio de Janeiro. Foto: Andre Leal/Creative Commons
Os ventos globais favoráveis que facilitaram o sólido crescimento econômico e a inclusão social na América Latina e no Caribe ao longo da década passada estão diminuindo.
Um novo contexto internacional — caracterizado pelo excesso de liquidez, o crescimento mais lento da China, a atividade econômica morosa e a elevada dívida dos países desenvolvidos — aponta para a necessidade de a América Latina se empenhar mais por si própria com o objetivo de retomar as taxas de crescimento semelhantes àquelas apresentadas pela região na década passada.
Segundo o mais recente relatório semestral “Latin America and the Caribbean as Tailwinds Recede: In Search of Higher Growth“ [A América Latina e o Caribe, sem ventos a favor: Em busca de um maior crescimento], produzido pelo escritório do economista-chefe do Banco Mundial para a região, a América Latina e o Caribe deverão crescer 3,5% este ano, o que representa uma melhoria em relação à taxa de 3% registrada no ano passado, mas que ainda está abaixo da média de 5% anterior à crise econômica de 2008-2009 ou do percentual de 6% em 2010.
As taxas variam de um patamar muito baixo de 0,1% e 1% na Venezuela e Jamaica, respectivamente, até 6% no Peru, aproximadamente 9% no Panamá e acima de 11% no Paraguai.
Bolívia, Chile e Colômbia continuarão a ultrapassar a média regional com estimativas de crescimento entre 4% e 5%, enquanto é provável que Argentina e Brasil se situem abaixo da média regional, apesar de terem saltado de indicadores abaixo de 2% em 2012 para cerca de 3% em 2013.
“Essas taxas de crescimento são adequadas mas insuficientes para manter o ritmo recente do progresso social que a América Latina apresentou na última década”, afirmou Augusto de La Torre, economista-chefe do Banco Mundial para a região. “Por isso, a tônica das políticas está sendo reorientada dos motores de crescimento externos para os internos, assim como da preocupação com a estabilidade macroeconômica e financeira para as reformas que estimulam o crescimento. À medida que os ventos favoráveis diminuírem, a habilidade dos países latino-americanos de crescer acima de 3,5% dependerá essencialmente deles mesmos.”

Especificidades da região

O relatório questiona como a região pode impulsionar seus motores domésticos do crescimento e explica que a resposta a essa pergunta deve ser iniciada pela compreensão das especificidades do modelo de crescimento da América Latina e do Caribe, suas limitações e seus pontos fortes.
Embora fale-se muito sobre o modelo de crescimento do Sudeste Asiático, que baseia-se na exportação de manufaturados, no elevado nível de poupança e taxas de câmbio competitivas, a situação na América Latina mostra um acentuado contraste com esse panorama.
Dois fatores principais ajudam a definir essa diferença, segundo o Banco Mundial.
O primeiro é o crescimento voltado para a demanda interna. Entre 2004 e 2011, a demanda doméstica na América do Sul e no México aumentou de uma média abaixo de 98% para cerca de 105% do PIB, enquanto no Sudeste Asiático esse percentual apresentou na verdade uma pequena queda de um ponto percentual para 94%, a partir de 95% do PIB.
O correspondente externo do seu crescimento orientado para a demanda interna é a tendência da América Latina de gerar déficits de conta corrente − ao contrário dos elevados superávits associados ao crescimento voltado para a exportação característicos do Sudeste Asiático − que foram amplamente financiados pelo investimento direto estrangeiro.
O segundo fato, diz o organismo internacional, é a crescente importância do setor de serviços. A sabedoria convencional sugere que, na ausência de um forte setor manufatureiro, o crescimento de um país é prejudicado.
“A verdade é que a competitividade da indústria manufatureira está intimamente ligada à dos serviços. Além disso, no caso da América Latina, o setor de serviços está agregando valor e de fato empregando trabalhadores altamente qualificados”, argumenta o Banco.
As atuais circunstâncias sugerem que o caminho da América Latina em direção a um forte crescimento deveria continuar com o uso inteligente do capital externo para substituir o baixo nível de poupança e melhorar a qualidade do investimento, que já é elevado em diversos países da América Latina e do Caribe.
“Na América Latina de hoje, a busca pela competitividade nas exportações baseada na mão de obra barata e nas taxas de câmbio subvalorizadas parece inviável no plano político e insuficiente em termos econômicos”, salientou de la Torre. “Se a competitividade tiver que ser desenvolvida além dos bens intensivos em recursos naturais, sem sacrificar o padrão de vida, então a produtividade é o “x” da questão.”
Os avanços da América Latina e do Caribe nos anos 2000 como a estabilidade macroeconômica, o sólido crescimento, a redução da pobreza e uma distribuição de renda mais justa foram significativos. Daqui em diante, o desafio para a política econômica — afirma o Banco Mundial — é manter e construir sobre ganhos passados, consolidando os dividendos de um crescimento socialmente inclusivo e fazendo isso sem a ajuda dos ventos favoráveis.