sábado, 31 de março de 2012

Índios brasileiros de várias etnias se reúnem no Parque da Água Branca

Segue abaixo uma dica para o mês de Abril. Uma dica que certamente fará, quem for até o Pq. da Água Branca, rever muito de seus conceitos internos e sua visão da história do Brasil. Um verdadeiro mergulho aos descendentes dos primeiros brasileiros, filhos dos filhos dos filhos daqueles que foram torturados, escravizados e assassinados por portugueses, espanhois e franceses à partir de 1500.


Quem quiser se fundamentar mais antes de ir, recomendo o sempre impressionante livro "O Povo Brasileiro" de Darcy Ribeiro. Lá ele descreve bem como eram, antes e depois da invasão europeia em nossas terras, muitas das etnias que estarão reunidas no parque.

Vale muito à pena e é de graça! 

PS: no final coloquei a música "Todo Dia Era Dia de Índio", na interpretação de Baby do Brasil (sim, a "antiga" Baby Consuelo), para uma trilha sonora mais ou menos adequada.

28/03/2012 - 12h00


DE SÃO PAULO










Os índios brasileiros, considerados em sua totalidade, falam cerca de 180 línguas diferentes.
Para lembrar a cultura indígena e suas riquezas, acontece no Parque Água Branca, durante todo o mês de abril, o Oca di Versos - Awê de literatura indígena.
O evento vai contar com a presença de índios de diversas etnias e lugares do Brasil, como Guarani, Pataxó, Munduruku, Pankararu e Kaingang.
Eles vão dar oficinas de artes, mostrar suas músicas e contar suas histórias. Destaque para o bate-papo com o escritor Daniel Munduruku, que já ganhou Prêmio Jabuti, para a apresentação do Coral Guarani da Aldeia Krukutu com 25 índios de várias idades e para a apresentação de Bino Pankararu e os "Escondidos", que se vestem com roupas de palha.

ANOTE NA AGENDA

ONDE: Espaço de Leitura do Parque da Água Branca (r. Ministro Godói, 180, Perdizes; tel. 0/XX/11/2588-5918)

QUANTO: grátis

VEJA PROGRAMAÇÃO
1 de abril - Abertura 11hs
Tema: Mundo Indígena Contemporâneo
- Bate-papo & oficina de petecas e jogo da onça com Luciana Galante
Luciana Galante é antropóloga formada pela PUC-SP. Trabalhou com as comunidades Kulina e Kanamari no Amazonas. Desenvolve projetos de etnobiologia com os Guarani Mbya de São Paulo
7 de abril -11hs
Tema: Mundo Pataxó
- Oficina de grafismo indígena com Garapirá Pataxó
Garapirá vive na Aldeia Barra Velha ao sul da Bahia e é artista plástico. Trabalha com pinturas corporais ou grafismos indígenas feitas com jenipapo e carvão
8 de abril -11hs
Tema: Mundo Kaingang
- Apresentação da escritora indígena Luciana Kaingang
Vãngri é da etnía Kaingáng nascida na Aldeia de Ligeiro, Município de Tapejara, Rio Grande do Sul. Escritora indígena, contadora de histórias e educadora bilíngüe pelo Instituto Kaingáng, na Aldeia Serrinha, Rio Grande do Sul
14 de abril - 11hs
Tema: Mundo Munduruku
- Apresentação do escritor indígena Daniel Munduruku
Escritor de literatura indígena brasileiro, Daniel Munduruku e graduado em Filosofia com doutorado em Educação. Seu livro "Meu avô Apolinário" ganhou menção honrosa da Unesco
15 de abril - 11hs
Tema Mundo Munduruku
- Oficina de Ilustração indígena com Maurício Negro
Ilustrador, escritor e designer gráfico
21 de abril - 11hs
Tema: Mundo Nheengatu
- Oficina de máscaras dos caras-pretas em nheengatu com a ilustradora Aline Binns e João Paulo Ribeiro
Aline é multi-artista e João Paulo Ribeiro é aluno de Linguística USP. Pesquisa a área de Revitalização de Línguas Indígenas
22 de abril - 11hs
Tema: Mundo Guarani
- Apresentação do Coral da Aldeia Guarani Krukutu
Olivio Jekupé é escritor de literatura nativa e presidente da Associação Guarani Nhe e Poram. Apresenta-se com o Coral da Aldeia Krukutu (Parrelheiros, SP)
28 de abril - 11hs
Tema: Mundo Pankararu
- Oficina de penachos & saia do "Escondido" Pankararu
Com Bino Pankararu, cacique da Comunidade Real Parque Pankararu, que vive na aldeia Panakararu, em Pernambuco
29 de abril - 11hs
Tema Mundo Pankararu II
- Apresentação de Bino Pankararu e os "Escondidos"
Bino Pankararu vai se apresentar ao lado de outros jovens da tribo.

MOC - Vídeo mostra movimento da via Láctea acima do Atacama

Também referente à aula desta semana, vejamos um dos "braços" da Via Láctea visto daqui da Terra. Observem também como trabalham 4 dos melhores telescópios já produzidos pela humanidade (soltam até raio laser... rsrs) e a quantidade de "estrelas cadentes" que caem na terra a todo momento.


Eu, particularmente, achei o vídeo sensacional.

Evolução da galáxia ao longo do dia é observada entre os telescópios do Observatório Europeu do Sul, no Chile

iG São Paulo | 31/05/2011 14:20
No vídeo abaixo é possível ver a via Láctea passando pelo céu em uma das regiões mais áridas e escuras do planeta, o deserto do Atacama, no Chile. Nas imagens, os quatro telescópios do Observatório Europeu do Sul aparecem em primeiro plano e em plena atividade, mas o que fascina mesmo é a movimentação do céu e sua variação de cores. O vídeo de Stephane Guisard e Jose Francisco Salgado é uma montagem de imagens captadas no Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul, no deserto do Atacama, Chile.

http://tvig.ig.com.br/id/8a498026301eafaa013047d120480c18.html



Caso não consiga ver o vídeo, clique para assistir na TV iG Vídeo mostra movimento da via Láctea acima do Atacama

MOC - Via Láctea tem bilhões de planetas supostamente habitáveis

Conforme comentado em aula com os alunos do 3o. ano do Mocam, um pouco mais de informações interessantes sobre a nossa querida Via Láctea.


E quanto à ideia de "vamos nos mudar em breve", descartem isso: mesmo com as possíveis descobertas das Super-Terras, ainda não temos veículos que nos conduzam, por 30 anos à velocidade da luz, até qualquer uma delas.

Estudo identificou que 40% de todas as estrelas anãs-vermelhas têm um planeta com composição parecida com a Terra

EFE | 28/03/2012 14:24




Foto: ESO/L. Calçada - Ilustração retrata entardecer no planeta Gliese 667 Cc


















Uma equipe internacional de astrônomos descobriu que a Via Láctea abriga dezenas de bilhões de planetas rochosos que giram em torno de anãs vermelhas - estrelas cuja massa é menor que a do Sol.
O estudo, realizado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) e divulgado nesta quarta-feira, contou com dados obtidos pelo espectrógrafo Harps, o "caçador de planetas" instalado em um telescópio de 3,6 metros do observatório La Silla, no Chile.


Segundo a pesquisa, é possível deduzir que nas vizinhanças do Sistema Solar, a distâncias inferiores a 30 anos luz, pode haver uma centena de "Super-Terras" (planetas com massa de uma a dez vezes superior à da Terra).


Esta foi a primeira vez que foi medida de forma direta a frequência de Super-Terras em torno de anãs-vermelhas, que representam 80% das estrelas de nossa galáxia.
"Cerca de 40% de todas as estrelas anãs-vermelhas têm uma Super-Terra orbitando em sua zona de habitabilidade, uma região que permite a existência de água líquida sobre a superfície do planeta", explicou o líder da equipe internacional, Xavier Bonfils.


Segundo o astrônomo do Observatório de Ciências do Universo de Grenoble (França), como as anãs vermelhas são muito comuns - há 160 bilhões delas na Via Láctea -, pode-se concluir que "há dezenas de bilhões de planetas deste tipo só em nossa galáxia".

Durante as observações, realizadas durante um período de seis anos no hemisfério sul a partir de uma amostra composta por 102 estrelas anãs-vermelhas, os cientistas descobriram um total de nove Super-Terras.

Os astrônomos estudaram a presença de diferentes planetas em torno de anãs-vermelhas e conseguiram determinar que a frequência de Super-Terras na zona de habitabilidade é de 41% em uma categoria que vai de 28% a 95%.

Por outro lado, os planetas gigantes - similares em massa a Júpiter e Saturno no nosso Sistema Solar - não são tão comuns ao redor de anãs-vermelhas, com uma presença inferior a 12%.

Segundo Stéphane Udry, do Observatório de Genebra, "a zona de habitabilidade em torno de uma anã-vermelha, onde a temperatura é apta para a existência de água líquida na superfície, está mais perto da estrela do que no caso da Terra em relação ao Sol".

"Mas as anãs-vermelhas são conhecidas por estarem submissas a erupções estelares ou labaredas, o que inundaria o planeta de raios-X ou radiação ultravioleta: isso tornaria mais difícil a existência de vida", acrescentou.

Por sua vez, Xavier Delfosse, do Instituto de Planetologia e Astrofísica de Grenoble, indicou que agora que se conhece a existência de muitas Super-Terras próximas, "espera-se que algum desses planetas passe em frente à sua estrela anfitriã durante sua órbita em torno desta".

"Isso abrirá a excitante possibilidade de estudar a atmosfera destes planetas e buscar sinais de vida", concluiu.

Um dos planetas descobertos pelo espectrógrafo Harps é Gliese 667 Cc, o mais parecido com nosso planeta, e que com quase certeza reúne as condições adequadas para a presença de água líquida em sua superfície, segundo o ESO.

"Não contavam com a nossa astúcia!"

É com essa frase, que parafraseia o Chapolin Colorado, que iniciamos esse post de agrdecimento.

Quando iniciamos o blog Neo Geographiká, em 07 de Fevereiro, o fizemos apenas com o intuito de divulgar informações. Mas ele foi ficando maior, maior e atraiando pessoas que lêem e comentam.

E na madrugada do dia 29 para o dia 30 de Março, este humilde blog atingiu a marca de 1000 acessos. MIL ACESSOS. Ou seja, 1000 acessos em 50 dias. Uma média de 20 acessos por dia e, média esta que está só aumentando.

Então, por essa marca, agradeço a todos que acessaram e acessam o blog, e nos ajudam a divulgar informações e "entender este mundo"

sexta-feira, 30 de março de 2012

quarta-feira, 28 de março de 2012

Brasil intensifica pesquisa por terras raras na Região Amazônica

Devemos sempre olhar para pesquisas desse tipo com cuidado. Primeiro tem que ver se a exploração ambicionada é ambientalmente viável (vide o ótimo exemplo da Austrália). Depois, se é socialmente viável. Vamos matar mais quantos indígenas, desapropriar mais quantos pobres por uma ou outra mina?

É sempre tentador e delicado falar do tema mineração. Nisso, inclusive, exponho talvez minha maior carga de "nacionalismo": materiais e serviços estratégicos (como a exploração mineral, petrolífera etc.) DEVEM SER monopólio do Estado Nacional. Ponto. Sempre fui contra a privatização da Vale e à favor de sua reestatização. 

E o fato do monopólio global de terras raras pertencer ao sempre "desconfiável" Estado chinês, é preocupante, ou, no mínimo, desconfortável.

Vamos ver no que vai dar (e para quem vai ser bom) essas novas pesquisas da CRPM. Prudência galera, prudência.

Data: 18/3/2012

Fonte: iG

Por trás das telas dos tablets, smartphones e notebooks há componentes de alto desempenho tecnológicos produzidos com o uso de 17 minerais que formam um conjunto de óxidos metálicos chamado terras raras. O insumo aplicado em eletroeletrônicos de alto desempenho, como dispositivos de misseis e circuitos de computadores, é alvo de uma disputa acirrada entre China, Estados Unidos, Japão e União Europeia deflagrada nesta semana na Organização Mundial do Comércio (OMC).


Leia o restante da matéria em: http://iplanetaazul.wordpress.com/2012/03/28/geologia-brasil-intensifica-pesquisa-por-terras-raras-na-regiao-amazonica/

Equador tenta recuperar áreas poluídas pela mineração ilegal

Que bom exemplo de tentativa por parte do Equador. Tomara que seja um empenho sincero e que eles consigam atingir os objetivos manifestados. E, falando em mineração predatória, alguém gostaria de discutir sobre o ontem, o hoje e o amanhã da Serra Pelada?
Data: 18/3/2012
Fonte: Terra Magazine

Verdadeiras lagoas de água e mercúrio são o fruto das escavações da mineração ilegal na Amazônia equatoriana, que continua a degradar a região em busca de ouro, enquanto o governo tenta recuperar algumas dessas áreas fazendo acordos com as comunidades locais. Na pequena localidade de Conguimi, perdida na Cordilheira do Condor, que é uma joia verde na província amazônica equatoriana de Zamora-Chinchipe, o governo fechou as áreas tóxicas com fitas amarelas que alertam para o perigo.

Leiam o restante em: http://iplanetaazul.wordpress.com/2012/03/28/equador-tenta-recuperar-areas-poluidas-pela-mineracao-ilegal/

Ideias ao mar!

Grata foi a surpresa que tive, quando digitei meu nome do google, e apareceu o blog de , chamado "GEOMORFOLOGIA". Neste blog, seu dono socializou com seus leitores um texto/resposta de minha autoria, onde há algumas ideias que expus sobre o "atual panorama da geografia brasileira" para a ListaDeGeografia. Desde já agradeço pela publicação (afinal, às vezes parece que nossas ideias expostas são apenas garrafas jogadas ao mar, que ninguém nunca lerá) e disponibilizo 3 links:

1- O endereço do Blog:
http://geomorfologiacesc.blogspot.com.br/

2- A página onde está meu texto:
http://geomorfologiacesc.blogspot.com.br/2011/11/panorama-da-geografia-brasileira.html

3- O endereço da Lista de Discussão da Geografia:
http://br.groups.yahoo.com/group/listageografia/

Abs,
Fábio


Falta de estratégia nacional contribui para processo de desindustrialização do país

Novamente esse tema. E novamente porque eu me preocupo. Um país sem indústria é colônia. Um país se industrializando, é um país se descolonizando (especialmente se a indústria se fundamentar em capital nacional privado ou público). Um país se desindustrializando é um país virando colônia, de novo. Não podemos aceitar isso. Ou podemos?


Excelente trabalho do Ipea e excelentes conclusões e colocações do coordenador do estudo. A questão é, depois de anos de inoperância de Figueiredo, Sarney, Collor, Itamar, FHC e Lula, será que é com Dilma que alguma coisa irá mudar de verdade? Eu torço que sim, mas acho que não.
Data: 18/3/2012

Fonte: Agência Brasil

A falta de uma estratégia nacional de desenvolvimento está contribuindo para acabar com o setor industrial do país, sobretudo, o da indústria de transformação. A conclusão consta do boletim Conjuntura em Foco, divulgado nesta quinta-feira (15) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O instituto aponta que a falta de uma estratégia para o setor e de investimento em infraestrutura acentua o processo atual de desindustrialização precoce no Brasil.

De acordo com o coordenador do estudo, Roberto Messenberg, a falta de dinamismo e competitividade industrial está favorecendo o crescimento do peso relativo de serviços de má qualidade no Brasil e criando uma economia ruim.

“Acho que o governo está lidando com alguns aspectos do problema de maneira muito pontual, com efeitos de curto prazo. O setor público precisa organizar o processo de investimentos da economia. Em alguns setores, ele mesmo pode investir, em outros, fazer a concessão, criar as normas de exploração. Enfim, ele precisa de uma estratégia. Está faltando esse processo de socialização da decisão de investimento”.

Algumas saídas, segundo Messenberg, seriam não deixar que o câmbio aprecie mais, manter a trajetória da taxa de juros em permanente queda, aumentar o ritmo da taxa de investimento, reduzir as estruturas de custos para o setor e buscar um modelo de desenvolvimento sustentável.

O estudo, que utilizou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chama a atenção para a forte queda na produção da indústria de transformação. Um dos gráficos mostra que, entre 2008 e 2011, enquanto o setor financeiro cresceu 23,1%, a extração mineral cresceu 12,8% e o desempenho da indústria de transformação caiu 5,7%.

O boletim ressalta o fato de o consumo interno estar sendo cada vez mais suprido por produtos manufaturados. Reflexo disso seria a diminuição gradual da população ocupada na indústria, que representava 17,7% da população ocupada em 2004 e que caiu para 16,5% em 2011. O Ipea também ressalta que o déficit da balança comercial de produtos manufaturados, entre janeiro de 2011 e janeiro de 2012, ficou em US$ 94,3 bilhões.

“Enquanto discutimos ideias, países como os Estados Unidos já estão testando alternativas sustentáveis de desenvolvimento, como no setor energético, por exemplo. É preciso agir, antes que façam uma verdadeira queimada da indústria brasileira”, concluiu Messemberg.

Para Firjan, 83% dos municípios não se sustentam

Palmas para a Firjan, pelo excelente estudo e palmas para as cidades bem colocadas. Agora, uma questão: pq manter "independente" uma cidade deficitária? A cidade não se sustenta? Então se vira: ou passa a se sustentar ou se junta com uma ou mais cidades vizinhas. O que não podemos é deixar estes "mortos-vivos" sugando o sangue de todos.


Importante também é averiguar o trabalho do prefeito: ajudou a cidade a sair da draga, bom trabalho; aprofundou a cidade no pântano da má adminitração, cana. Cana!

Data: 18/3/2012

Fonte: O Globo

As cidades brasileiras não se sustentam. A maioria — 83% de 5.266 municípios, do total de 5.565 existentes hoje no país — não consegue gerar nem 20% da receita de seu orçamento. O dado faz parte de um estudo inédito da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan) sobre a gestão fiscal municipal, de 2006 a 2010. Nesse estudo, só 2% das cidades tiveram nota geral máxima — apenas 95 prefeituras têm gestão excelente das finanças, enquanto mais da metade do total, ou 64%, está em situação difícil ou crítica ao gerir o orçamento. A nota geral do país também pouco melhorou: subiu só 1,9%.

A Firjan criou um Índice de Gestão Fiscal que mede cinco itens: capacidade que o município tem de gerar receita (arrecadação); gastos com pessoal; capacidade de fazer investimentos; custo da dívida (o peso do pagamento de juros e amortizações); e uso de restos a pagar (a capacidade de pagar dívidas do ano anterior). Esse índice foi medido de 2006 a 2010, em 5.266 municípios (há 297 que não entregaram dados fiscais ao Tesouro, e, por isso, não entraram na pesquisa) — e um dos principais resultados foi a má administração municipal no item geração de receita. Nos 4.372 (83%) municípios que não geravam nem 20% das receitas, moravam 35,2% da população.

— São municípios que não se sustentam. Se fossem uma empresa, seriam como uma filial falida de uma matriz. Só 83 prefeituras, 1,6% do total, conseguem pagar a folha de pessoal com dinheiro próprio. As outras 98,4% precisam de transferências da União e dos estados — afirma Guilherme Mercês, gerente de Estudos Econômicos da Firjan.

— Cidades com frágil sistema de gestão e que vivem só das transferências federais caminham eventualmente para a falência — diz José Matias-Pereira, professor de Administração Pública da UnB.

Além da incapacidade de gerar receita própria, outra deficiência foi o aumento do gasto com pessoal, item que teve a nota que mais piorou de 2006 a 2010. Caiu 15,2%. Significa, diz a Firjan, que os gastos com pessoal passaram de 45% das receitas correntes líquidas das prefeituras para 50% — aumento de R$ 37,6 bilhões de 2006 a 2010, atualizados pela inflação. Enquanto isso, o gasto das prefeituras com investimento é baixo: metade delas está em situação difícil ou crítica nesse quesito, tendo aplicado em 2010, em média, 7% da receita. É no item investimentos que entrariam, por exemplo, projetos de infraestrutura em transporte e habitação.

Boa parte da explicação sobre a incapacidade dos municípios de gerar receita recai sobre a falta de desenvolvimento da economia local das regiões. Segundo a Associação Brasileira de Municípios (ABM), apesar de a maioria da população brasileira ser urbana, cerca de 50% das cidades do país têm base econômica agrícola, com atividades produtivas e renda da população que geram arrecadação de baixo valor.

— De toda a receita arrecadada no Brasil hoje, de 60% a 65% são da União; de 20% a 25%, dos estados; e apenas de 17% a 19%, dos municípios — sublinha José Carlos Rassier, secretário-geral da ABM. — A saída é estimular as economias locais e o desenvolvimento regional de forma integrada. Há má distribuição de recursos, principalmente levando-se em conta que, após a Constituição de 88, os municípios ganharam mais responsabilidades em Saúde e Educação, e até por isso houve mais gastos com pessoal. Mas a cooperação federativa precisa melhorar. No Uruguai, toda a educação é federal. Em outros países, há muitas obrigações para unidades regionais, equivalentes aos estados. Aqui, Borá (SP), com menos de mil habitantes, tem as mesmas obrigações de São Paulo.

Mesmo cidades com boas notas em gestão fiscal nem sempre oferecem à população serviços de qualidade ou boa infraestrutura urbana. Ourilândia do Norte (PA) é a sétima melhor do país, mas mais da metade de seus domicílios não tem saneamento, segundo o IBGE, e 12,6% de sua população com 15 anos ou mais são analfabetos.

— A boa gestão de hoje não tem efeito imediato no desenvolvimento do município — diz Gabriel Pinto, especialista em Desenvolvimento Econômico da Firjan. — Santa Isabel (GO), a melhor hoje, em 2006 estava na 4.510 posição. Hoje, ela pode ainda não ter bons indicadores sociais porque o reflexo da boa gestão nos serviços sociais é um processo de médio a longo prazo.

— Isso demonstra que boa gestão não necessariamente traz boa política social. Maior gasto com pessoal, mesmo com Educação, não necessariamente significa qualidade: pode ter havido mais contratações de professores, mas por baixos salários — diz Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. — Tem de se ver a qualidade do gasto, não só sua gestão.

ONU espera que Judiciário brasileiro defenda direitos fundamentais dos desaparecidos na ditadura

E nós também esperamos. Esperamos que cada safado que, usando o nome do Estado brasieleiro, torturou, estuprou, "desapareceu", "suicidou" e matou militantes que só tinham o desejo de um país melhor, seja procurado, exposto, julgado e condenado. 

A Lei da Anistia de 1979 é uma (outra) chaga na história do Brasil, e tem de ser revogada e execrada. Um país não pode esquecer seus inimigos (sejam eles internos ou externos). Se houve o tribunal de Nuremberg (algo bem mais complicado) tem de haver o dos nossos ditadores e seus lacaios.


VIVA À COMISSÃO DA VERDADE!


16 de março de 2012 · Destaque

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O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) elogiou hoje (16/03) a denúncia do coronel brasileiro da reserva do Exército pelos desaparecimentos durante a ditadura militar como um “primeiro e importante passo” na luta contra a impunidade que rodeia o período.
Promotores no Brasil anunciaram esta semana que vão denunciar Sebastião Curió Rodrigues de Moura pelo crime de sequestro qualificado de cinco membros da Guerrilha do Araguaia que foram detidos em 1974. As denúncias ainda precisam ser aprovadas por um juiz antes de seguir para julgamento.

“Este é um desenvolvimento muito aguardado para a prestação de contas pelo desaparecimento de centenas de pessoas durante a ditadura de 21 anos e que continuam desaparecidas”, disse o Porta-Voz do ACNUDH, Rupert Colville a repórteres em Genebra.

“Estamos esperançosos de que o Judiciário brasileiro vai defender os direitos fundamentais das vítimas à verdade e à justiça, permitindo o prosseguimento deste processo criminal muito importante”, acrescentou.

Esta é a primeira vez que o Brasil está processando por violações dos direitos humanos cometidas durante o período de ditadura militar, de acordo com o ACNUDH. As tentativas anteriores foram bloqueadas por interpretações da Lei de Anistia de 1979.

Essa lei foi questionada em 2010 pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, que argumentou que ela é inválida e que as investigações criminais e processos devem prosseguir.

Em novembro, a Alta Comissária Navi Pillay elogiou a criação da Comissão da Verdade para investigar os abusos de direitos humanos cometidos durante o regime militar, classificando-a como “um primeiro passo essencial e bem-vindo para curar feridas do país esclarecendo os erros do passado”. Ela também encorajou o Brasil a tomar medidas para facilitar processos e revogar a Lei de Anistia.

Relatório da ONU mostra que países investem mal verba para redução de riscos de desastres

Não é nenhuma novidade, especialmente no Brasil. É só ver como estão os morardores das cidades fluminenses atingidas, ano passado, pelas chuvas em janeiro. E as do Maranhão e Santa Catarina, nos anos anteriores? E São Paulo, todos os anos? Enfim, realmente está na hora de "gastar onde importa".

21 de março de 2012 · Notícias

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Doadores internacionais devem fazer mais para assegurar que seus gastos com redução de riscos de desastres estejam alinhados às necessidades das comunidades afetadas, indica relatório da ONU publicado na terça-feira (20/03).

De acordo com o estudo “Redução do Risco de Desastres: Gastando onde importa”, comunidades carentes afetadas por desastres naturais e mudanças climáticas foram subfinanciadas, apesar das perdas econômicas globais de mais de um trilhão de dólares causadas pelos desastres naturais nos últimos 11 anos.

“Este relatório é uma análise muito oportuna do financiamento para a redução do risco de desastres quando fica claro que rompemos o teto de um trilhão de dólares em perdas econômicas só neste século”, disse a Representante Especial do Secretário-Geral para Redução de Riscos de Desastres, Margareta Wahlström, ao destacar que só em 2011 a estimativa conservadora de perdas no setor é de mais de 1,380 bilhão de dólares.

O estudo mostra que, entre 2000 e 2009, só 3,7 bilhões de dólares foram para a redução de risco de desastres nos 40 países mais pobres do mundo, representando mero 1% da dotação global para o desenvolvimento de 363 bilhões de dólares.

“Há algo claramente errado aqui. Afinal, estes países respondem por mais da metade das pessoas afetadas por desastres e quase 80% das mortes”, disse Wahlström.

“Peço que os doadores reexaminem suas prioridades para assegurar que os gastos com redução de riscos de desastres e adaptação às mudanças climáticas estejam mais de acordo com as necessidades”, acrescentou, destacando que o impacto das perdas econômicas foram muito maiores em países menos desenvolvidos do que em nações de alta renda.

FG - O Manifesto do Partido Comunista - Cap. I

Olá Pessoal da FG.

Segue o Link para o primeiro capítulo do livro: http://www.sendspace.com/file/rbi70p .

O livro completo pode ser lido em http://www.marxists.org/portugues/marx/1848/ManifestoDoPartidoComunista/cap1.htm .

Nota: o texto está em PORTUGUÊS DE PORTUGAL, portanto leiam com cuidado.

Divirtam-se e trabalhem!

E lembrem-se sempre: conhecimento de verdade está em livro de verdade. Livro virtual é uma mão na roda, mas não substitui o impresso. Compre sempre o livro físico! (ainda mais esse que custa, NOVO, de 8 a 14 reais...)

sábado, 24 de março de 2012

FG - Col. Pensadores Parte II

Os livros dos filósofos alemães Hegel e Nietzsche.

E lembrem-se sempre: conhecimento de verdade está em livro de verdade. Livro virtual é uma mão na roda, mas não substitui o impresso. Compre sempre o livro físico!

FG - Coleção "Os Pensadores"

Caros alunos de "Ética",
Segue o link para um novo auxílio ajuda que estou prestando a vocês. Neste link está um arquivo grande (31,5MB) com 12 livros da Coleção "Os Pensodores", cobrindo os principais autores que já abordaram a Ética. Faltam nessa Lista, pelo menos, mais 2: Hegel e Nietzsche, que adicionarei em outro arquivo se achar. São os livros:

Aristóteles vol I
Aristóteles vol II
Epicuro, Lucrécio, Cícero, Sêneca, Marco Aurélio
Espinosa (apenas a Apresentação)
Kant (apenas a Apresentação)
Maquiavel (apenas a Apresentação)
Os Pré-Socráticos
Platão
Rousseau (apenas a Apresentação)
S. Agostinho
S. Tomas - Dante
Sócrates

Baixem aqui:http://www.sendspace.com/file/xtfz6w

Divirtam-se e trabalhem!

E lembrem-se sempre: conhecimento de verdade está em livro de verdade. Livro virtual é uma mão na roda, mas não substitui o impresso. Compre sempre o livro físico!

Abraços.

FG - Coleção "Os Economistas"

Caros alunos de "Geografia Econômica",
Seguiu uma imensa ajuda a vocês. Sugestão de 10 livros da Coleção "Os Economistas", cobrindo 8 dos 10 autores que passei para vocês. São os livros:

Adam Smith vol I
Adam Smith vol II
Thomas Malthus
David Ricardo

Karl Marx vol I
Karl Marx vol II
Alfred Marshall
Max Weber
John M. Keynes

Divirtam-se e trabalhem!


E lembrem-se sempre: conhecimento de verdade está em livro de verdade. Livro virtual é uma mão na roda, mas não substitui o impresso. Compre sempre o livro físico!

Abraços.

sexta-feira, 23 de março de 2012

KEN - Mapa com os Fusos Horário da Federação Russa

Aos alunos do Kennedy, o mapa conforme o combinado
São 10 fusos horários - isso sem contar o pequeno território russo, próximo à Polônia, cujo fuso é o GMT+2. Impressionante, não?


Título: Os Fusos Horário da Federação Russa

Fonte: bbc.co.uk

FG - Textos de Geografia Econômica I

Salve Pessoal da FG!
Seguem indicações de textos para serem lidos para segunda-feira, 26/03/12:

- Verbetes "Economia" e "Economia Política", do "Dicionário Filosófico", de Nicola Abbagnano -

- Pgs 11 (Introdução) e 19 (A questão: o uso do território) do livro "O Brasil: território e sociedade no início do século XXI" de Milton Santos e Maria Laura Silveira

- Folha de São Paulo: "Participação da indústria no PIB recua aos anos JK" -

- "Do Socialismo Utópico ao Socialismo Cientifico", de Friederich Engels, 1880. Disponível nesse link aqui, já corrigido por mim ( http://www.sendspace.com/file/yy1itj ) ou aqui ( http://www.marxists.org/portugues/marx/1880/socialismo/index.htm ) de onde peguei, e com alguns pequenos erros.
Segue abaixo o resumo do texto.


Do Socialismo Utópico ao Socialismo Cientifico

Friederich Engels
Escrito: Entre Janeiro e Março de 1880

Primeira Edição: como folheto Revue Socialiste de Março, Abril e Maio de 1880,em alemão, em Zurique (1882) e em Berlim (1891), e em inglês, em Londres(1892).
Fonte: amavelmente cedido pelo
"Grupo Acropolis" Publica-se segundo a edição soviética de 1952, de acordo com o texto da edição alemã de 1891. Traduzido do espanhol.
HTML de
José Braz para o Marxist Internet Archive.


Resumo

Entre as melhores explicações do Marxismo escritas por Marx e Engels. Engels escreveu esta brochura baseado em partes do Anti-Dúhring com o intuito de prover os trabalhadores com uma exposição simples e concisa do pensamento Marxista.

Nas três secções da brochura, Engels explica os três componentes do pensamento Marxista: o Socialismo Francês, A Filosofia Germânica e a Economia Inglesa. Na primeira parte do "panfleto" Engels explica que o Socialismo do passado tinha sido utópico - mantendo a crença em quando numa a sociedade todos o compreendessem e nele acreditassem, a pareceria uma sociedade Socialista. Engels escreveu, "... Os Utópicos tentaram evoluir a partir do cérebro humano. A sociedade apresentaria apenas erros; eliminá-los era tarefa da razão. Era então necessário descobrir um novo e mais perfeito sistema de ordem social e impô-la à sociedade a partir de fora com propaganda, e, sempre que possível, pelo exemplo de experiências modelo."

Engels explica em seguida o lento desenvolvimento histórico da dialética filosófica através de milhares de anos; conhecimento que culminou no que permitiu a Marx ver e explicar a concepção materialista da história, a qual Engels explica na terceira parte da brochura.

Sobre a publicação da edição inglesa da brochura Engels escreveu:
A pedido do meu amigo Paul Lafargue, agora representante de Lille na câmara de deputados francesa, organizei os três capítulos desta brochura que ele traduziu e publicou em 1880 sob o titulo "Do Socialismo Utópico ao Socialismo Cientifico". A partir deste texto em francês foram preparadas edições em Polaco e espanhol. Em 1883, os nossos amigos alemães devolveram este texto à língua original. Desde então, com base no texto alemão, foram publicadas traduções para Italiano, Russo, Holandês e Romeno. Desta forma, contando com a presente edição em Inglês, este pequeno livro circula já em 10 línguas. Não tenho conhecimento de que qualquer outro trabalho socialista, nem mesmo o nosso Manifesto Comunista de 1848, ou o Capital de Marx tenham tido tantas traduções. Em alemão, já houve quatro edições com um total de cerca de 20 000 cópias.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Brasil e China terão centro de pesquisa conjunto para inovação em nanotecnologia

São estranhas as parcerias entre Brasil e China. Sei de fontes confiáveis que os acordos para a construção de satélites de forma conjunta (o projeto CBERS, comentado alguns posts antes) não são muito vantajosos para o Brasil. O que deveria ser uma "socialização de conhecimentos" na verdade é uma junção de dois grupos de cientistas, onde cada um faz sua parte e não socializa nada com o outro. Será que esse modelo se repetirá aqui?

PS: Desculpem a notícia velha, mas só tive acesso a ela agora e achei-a relevante...

14/02/2012 - 18h18 | Gilberto Costa/Agência Brasil | Brasília
Pequim quer desenvolver sensores e dispositivos para uso em diagnósticos clínicos para atendimento de populações dispersas
 

O Diário Oficial da União publica nesta terça-feira (14/02) portaria assinada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, instituindo o Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia, o CBC-Nano.
Ainda não está definida a agenda de pesquisas do centro, mas, segundo o químico Fernando Galembeck, a China manifestou interesse em desenvolver, com o Brasil, sensores e dispositivos para uso em diagnósticos clínicos para atendimento de populações dispersas. “A ideia é ter um equipamento portátil confiável, de produção barata, que facilite levar atendimento às pessoas”, explica Galembeck, que é diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), em Campinas (SP), e será o coordenador brasileiro no CBC-Nano.

Segundo ele, outra área de interesse é o desenvolvimento de novos produtos a partir da biomassa. “Podemos usar nanotecnologia para transformar os resíduos agrícolas”, disse, lembrando que o Brasil, sendo um dos principais produtores mundiais de alimentos e de commodities agrícolas, gera grande volume de biomassa ainda não aproveitada. O centro sino-brasileiro é virtual e funcionará como uma rede de cooperativa de pesquisa e desenvolvimento da qual ficará vinculado o LNNano. Conforme a portaria, “a participação no CBC-Nano será considerada serviço público relevante, não ensejando qualquer remuneração específica”.

A China é considerada uma das maiores potências na pesquisa com nanotecnologia, enquanto o Brasil ocupa a 25ª posição. Conforme dado divulgado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o mercado internacional de nanotecnologia deverá atingir US$ 693 bilhões até o final deste ano e US$ 2,95 trilhões em 2015. Nanotecnologia diz respeito à capacidade de manipular matérias de tamanho atômico, de 1 a 100 nanômetros – cada nanômetro tem um milionésimo de milímetro, ou seja, uma unidade 10 mil vezes menor que o diâmetro do fio de cabelo.

Gigantes do setor de cana ampliam sistema ferroviário

Fatos: nossas ferrovias são uma droga, precisamos de ferrovias e todo o investimento nelas é bem vindo.
Opinião: mas tem que ser investimentos no velho esquemão de exportar matérias-primas?!

Data: 1/3/2012

Fonte: Folha de S. Paulo

Dois gigantes do setor sucroalcooleiro vão investir R$ 3,3 bilhões em infraestrutura para reduzir custos e agilizar o escoamento da produção de açúcar e álcool do interior ao litoral de São Paulo.

Veja galeria de fotos de ferrovias abandonadas

A Rumo Logística, do grupo Cosan, planeja operar um novo sistema logístico de R$ 1,3 bilhão até a safra de 2014 da cana-de-açúcar. Já a Copersucar pretende aplicar outros R$ 2 bilhões até 2015.

As duas movimentam a produção de aproximadamente 200 usinas de açúcar e álcool -- sobretudo nos Estados do centro-sul do país.

Uma das principais metas com esses investimentos é a ampliação do uso de ferrovias para escoar a produção e reduzir custos com o transporte rodoviário -- pedágios e combustível, por exemplo.

Segundo o presidente da Rumo, Julio Fontana, o custo do transporte rodoviário varia muito durante o ano e é pouco previsível. "Já pelo modal ferroviário é possível ter um planejamento melhor e mais estruturado", afirmou.

Segundo ele, a mudança de modal é uma tendência. Em 2009, apenas 10% da safra chegava a Santos pelas ferrovias. Neste ano, diz Fontana, o percentual deve passar de 50% da produção.

Ainda na safra 2012/2013, a Rumo vai ampliar o transporte ferroviário das mercadorias em 45% e o modal passará a responder por 70% das operações. Fontana não revela quanto a empresa espera economizar com a mudança.

A opção por ferrovias não ocorreu antes, diz o presidente da Rumo, porque foi necessário recuperar parte da malha ferroviária paulista, o que foi feito junto com a ALL (América Latina Logística).

Um dos trechos é entre Sumaré (a 118 km de São Paulo) e Santos, já em obras.

Está em negociação também a recuperação do trecho que liga as cidades de Pradópolis, Barretos e Colômbia, na região de Ribeirão Preto (a 313 km da capital paulista).

No porto de Santos, Rumo e Copersucar construirão, em parceria, uma "pera ferroviária", estrutura férrea que agilizará o trânsito dos trens na área portuária.

MULTIMODAL

Na Copersucar, o modal ferroviário responde por 50% do transporte de carga e o percentual será elevado para 70% com a conclusão dos investimentos, diz a empresa.

Entre os investimentos programados estão novos terminais multimodais em Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, que juntos terão capacidade para movimentar 2 milhões de toneladas de açúcar por ano. A estrutura de Ribeirão Preto deve ser inaugurada em 12 de março e vai conectar a região produtora a Santos, também por ferrovia.

Para geógrafa, legislação ambiental não impediu sucesso do agronegócio

Desnessário eu dizer o quanto acho infame essa proposta do Novo Código Florestal. Mas segue abaixo uma opinião de uma colega de área, e que exprime bem o que os sensatos têm pensado sobre o assunto.

Data: 1/3/2012

Fonte: PortoGente

Análise apresentada nesta quarta-feira (29), em evento da Frente Parlamentar Ambientalista, na Câmara dos Deputados, jogou na balança das discussões sobre o projeto de reforma do Código Florestal o poderio econômico do agronegócio e suas demandas por infraestrutura e menos proteção ambiental.


Doutora em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP), Regina Araújo ponderou que o superávit do modelo agrícola exportador nacional parece blindar a economia interna de crises econômicas globais cada vez mais comuns. Levando assim a um cenário onde governos seriam aparentemente obrigados a ceder a suas exigências crescentes por estradas, portos e ferrovias, bem como pelo desmanche da legislação ambiental brasileira.

“Nossas leis ambientais estão em construção desde a década de 1930, e até agora não provocaram nenhum impedimento ao espantoso crescimento do agronegócio”, lembrou a pesquisadora. O Brasil é hoje o segundo maior exportador individual de produtos agrícolas, logo atrás dos Estados Unidos e da União Europeia.

“Essa conquista não é exclusiva do setor, mas do conjunto da sociedade brasileira, que bancou com subsídios e créditos anos de pesquisa e desenvolvimento”, ressaltou.

Observando o bloco econômico europeu, Regina também comentou que lá a agropecuária foi estruturada em pequenas e médias propriedades. Bem diferente do modelo concentrador de terras e renda focado em produzir commodities de exportação e não alimentos para chegarem à mesa dos brasileiros.

Sete em cada dez quilos de soja produzida no Brasil são processados por apenas nove empresas, e destas cinco são transnacionais: ADM (Estados Unidos), Cargill (Estados Unidos), Bunge (Holanda), Louis Dreyfus (França) e Grupo Noble (Cingapura).

Avançando há décadas sempre para onde a terra é “mais barata” e a infraestrutura é precária, setores atrasados do agronegócio pautam governos incessantemente com exigências por asfaltamento de estradas, construção de portos e outras obras embaladas em pacotes como o do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

“Mas a sociedade ainda não entendeu a extensão e os reais custos desses projetos, quase sempre destinados a atender demandas setoriais e não aos interesses reais e de longo prazo do país. O país não pode seguir como refém de um modelo perverso de produção e exportação que despreza nossas riquezas socioambientais”, disse Regina Araújo.

Amazônia em 3D: Mapeamento com laser promove estudo da biodiversidade

Numa palavra: IMPRESSIONANTE. 
Chama a atenção o expressivo número de geógrafos brasileiros participantes do projeto: nenhum.

Data: 4/3/2012

Fonte: IstoÉ

Para o cientista americano Gregory Asner, a Amazônia vista de cima não é apenas verde, mas amarela, azul, rosa, vermelha e laranja. Essa é a visão que ele tem na tela do seu computador depois de sobrevoar uma área com o Carnegie Airborne Observatory (CAO). Trata-se de um avião bimotor dotado de um equipamento que lança lasers sobre a vegetação e cria um retrato preciso e em três dimensões da biodiversidade e geografia locais. É dessa forma que o pesquisador do Carnegie Institution for Science, nos EUA, pretende contribuir para a criação de políticas de conservação do mais rico bioma da Terra.
Eis a Amazônia: e como sempre, os estrangeiros conhecendo-a melhor que nós...


“Os satélites não mapeiam a absorção e a emissão de carbono ou a diversidade biológica”, disse Asner à ISTOÉ. “O CAO é a mais avançada tecnologia de mapeamento no mundo para esse tipo de estudo. Enquanto o satélite pode ser usado para mapear a cobertura florestal e o desmatamento, nosso equipamento mostra o que há na floresta”, explica. O Lidar, como é chamado, mapeia 360 quilômetros quadrados por hora (entenda o funcionamento no gráfico abaixo).

Arqueólogo usa máquina para escanear pedrais localizados no rio Madeira, em Rondônia

Tecnologias desse tipo se tornam cada vez mais comuns – e necessárias – para o estudo e consequente conservação de riquezas como as florestas e evidências deixadas por civilizações extintas. É o que está acontecendo no rio Madeira, na área que será o reservatório da usina hidrelétrica Santo Antônio, em Porto Velho (RO). Antes que a água tomasse conta do local para sempre, uma equipe de arqueólogos fez o escaneamento dos chamados pedrais, que possuem inúmeras gravuras rupestres.

“O aparelho transforma o desenho em uma nuvem de pontos, permitindo reconstruí-lo em laboratório”, diz Renato Kipnis, diretor da Scientia, empresa que realizou o mapeamento. Em breve, os dados estarão disponíveis para pesquisadores. Ironicamente, nunca foi tão fácil estudar os pedrais. Asner, do CAO, quer agora mapear a parte brasileira da Amazônia – seus parceiros atuais estão em países como Peru, Colômbia, Equador e Panamá. “A principal barreira agora é conseguir financiar essa parte do estudo. Talvez no futuro”, finaliza.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Programa espacial brasileiro evolui com lançamentos de satélites

Um texto bom para um panorama sobre a situação do Programa Espacial Brasileiro. Tema da mais alta importância, que congrega em si um potencial inestimável de avanço nas áreas de ciência, tecnologia e economia. Um verdadeiro vetor para o progresso do país. 

E, como todos os temas importantes daqui, caminha a passos de tartaruga...

Data: 4/3/2012

Fonte: Terra Magazine

Se durante a Guerra Fria a corrida espacial envolvia apenas os Estados Unidos e a antiga União Soviética, atualmente esse quadro apresenta mudanças. "Naturalmente, as grandes potências estão recebendo concorrência de outros países, mesmo que atualmente o mercado aeroespacial seja basicamente dominado por Rússia, Estados Unidos e Europa. Assim, países como Ucrânia, Índia e China estão entrando nessa disputa também", afirma o professor de engenharia mecânica da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Alberto Gurgel Veras.
NASA: a Agência Espacial Estadunidense.
ROSCOSMOS: a Agência Espacial Russa.


Dentro desse aumento de importância dos países emergentes no mercado aeroespacial, qual o papel do Brasil? "O País está entrando no mercado em um nicho, lançando satélites comerciais em órbitas mais baixas, mas com a vantagem de ter a melhor posição geográfica para a atividade. Nós podemos lançar sete satélites por ano, no máximo, e não temos condições de fazer o lançamento de satélites muito grandes", detalha Veras.

Para entender o avanço da participação do Brasil na área é preciso voltar às origens da Agência Espacial Brasileira (AEB), fundada em 1994, durante o governo Itamar Franco, para substituir a Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (COBAE), com caráter militar, criada na década de 1970. Com o fim da Guerra Fria e da bipolaridade entre Estados Unidos e União Soviética, muda o contexto mundial e surge a necessidade do País ter um órgão de instância civil para lidar com a cooperação internacional na área espacial, que até então era responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entidade focada principalmente na área de pesquisas.



Inicialmente, a AEB era vinculada diretamente à Presidência da República, mas, a partir do governo Fernando Henrique Cardoso, passou a fazer parte do Ministério da Ciência e Tecnologia, enfrentando dificuldades para coordenar, com cerca de 50 pessoas, o projeto espacial de um país com pouca experiência na área. "A agência enfrentou vários problemas para exercer a tarefa de executar a política espacial brasileira, pois precisava de gente especializada, o que conseguiu pouco no início, fator determinante para que não tivesse muita força durante vários anos. Com a crise no governo FHC, as verbas diminuíram, e só depois, por volta de 2004, a situação começou a melhorar, com mais verba do que antes", relata José Monserrat Filho, chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB.

Atualmente, após projetos de parceria com potências e empresas estrangeiras nas décadas de 70, 80 e 90, com um projeto de cooperação com a China - iniciado em 1988, interrompido durante o governo Collor e retomado na gestão seguinte - o País tem planos de aumentar suas atividades espaciais. Dentro dessa diretriz, estão fora de cogitação interesses militares e tentativas de explorar o espaço ou mandar o primeiro brasileiro à Lua.
CNSA: a Agência Espacial Chinesa.


"Em 1988, o Brasil fez um acordo de assessoramento remoto com a China, e, desde então, lançamos três satélites - em 1999, 2003 e 2007. O próximo, CBERS 3, deve ser lançado em 2012 e, em 2014, será lançado o CBERS 4. A nossa grande missão é aumentar consideravelmente a atividade espacial brasileira: enquanto cinco satélites foram lançados em 19 anos, nós queremos lançar quatro em quatro anos. Missões à Lua, por exemplo, não são nossa prioridade, e o programa espacial brasileiro na era civil não tem fins militares, tampouco temos programas tripulados. A atividade espacial tem de atender às necessidades do País, melhorando o desempenho da indústria e a vida das pessoas. Se no passado, o poder militar foi indispensável para um país se tornar uma grande potência, hoje isso provavelmente não é mais verdade", conta Monserrat Filho.

Gurgel Veras afirma que, apesar de não ter interesses de realizar viagens à Lua, o País tem recursos para criar o seu próprio satélite e crescer dentro do quadro espacial mundial. "O Brasil quer se colocar entre as dez maiores potências da área, e, para isso, é necessário ter um programa espacial, pois todas as demais têm, mudando a imagem que ainda passamos de país agrícola e atrasado nesse quesito", analisa.

Diferentemente do Brasil, a China segue firme em seu objetivo de mandar um homem à Lua entre 2020 e 2030. Mas, depois de tantas expedições que já mostraram tudo o que se poderia saber sobre o solo lunar, qual a necessidade real de uma viagem tripulada ao satélite? "Os chineses querem ir à Lua simplesmente para mandar uma mensagem política e econômica ao mundo de que só eles e os Estados Unidos foram lá, e que eles são tão bons quanto os americanos. É muito mais para se posicionar como uma liderança mundial, é pura propaganda; e como não falta dinheiro a eles, a China vai mesmo mandar um homem para a Lua", declara o professor de Engenharia Mecânica da UnB.

Outras potências da área, como os russos, apesar de poderem, não têm interesse em tripular uma viagem à Lua. "Eles não se interessam por isso. Se quisessem, já teriam conseguido também. Com um pouco de tempo, eles poderiam mandar uma nave para o espaço e depois mandar suprimento para lá, mas não é algo que lhes parece importante", afirma Veras.

Além dos interesses ambiciosos dos ricos países emergentes, o professor aponta outras interessadas em crescer dentro do setor aeroespacial. "Novas empresas americanas, criadas por bilionários da internet, como o cofundador da Space X Elon Musk, estão entrando com tudo no mercado, fazendo contato com a Nasa (a agência espacial americana) e produzindo foguetes poderosos", assegura.

O planeta que queremos, artigo de Jean-Pierre Lehmann

Excelente texto deste economista. Sabemos que, sobretudo ultimamente, os economista só dizem coisas estúpidas. Mas esse texto aqui, ótimo. E se atentem à "dica" dada pelo autor no 11o. parágrafo (grifo nosso). Concordo com ele.

JC e-mail 4449, de 06 de Março de 2012

Jean-Pierre Lehmann é professor de Política Econômica Internacional no IMD, diretor fundador do Evian Group no IMD e pesquisador sênior no Fung Global Institute em Hong Kong. Artigo publicado no Valor Econômico de hoje (6).

Ao olhar para o mundo em 2012, observamos que ele continua cheio de oportunidades, mesmo se comparado com apenas dez ou 20 anos atrás. No entanto, ainda estamos em choque por causa da crise de 2008 – financeira, sim; porém uma crise mais sistêmica e de confiança. A colaboração global – cada vez mais um paradoxo -, infelizmente carece de apoio em áreas-chave, como comércio, finanças, pobreza, doenças, alimentação, água, clima e geopolítica. O mundo mais parece um vulcão, podendo explodir a qualquer momento.

O “Financial Times” começou o ano de 2012 com uma série intitulada “O capitalismo em crise”. Em um editorial, foi escrito: “O capitalismo ressurgente da década de 1980, sob a liderança de Ronald Reagan e Margaret Thatcher… provou-se não apenas instável, mas, em aspectos importantes, injusto”.

O capitalismo e a economia de mercado global irão sobreviver apenas se houver reformas radicais. As reformas são essenciais não só nas instituições e políticas, mas também em cultura e mentalidades – as formas como concebemos o planeta e como o queremos. Então, enquanto me preparo para me aposentar como diretor do Evian Group no IMD e como professor de política econômica internacional no IMD, ofereço alguns “pensamentos de despedida” que parecem pertinentes ao contexto global e à agenda Evian/IMD. São pensamentos sobre erros e como corrigí-los, a fim de tornar o planeta um lugar em que gostaríamos de viver, e também onde gostaríamos de ver nossos filhos e netos.

As armadilhas da complacência – os mandamentos do realismo sóbrio. É verdade que a crise poderia ser prevista, mas claro que não em seus pormenores exatos. Mas note a seguinte frase, de Joseph Stiglitz, em 2002, em ‘Globalização e suas insatisfações’: “Hoje, o sistema capitalista está em uma encruzilhada, assim como esteve durante a Grande Depressão”. Nos anos que precederam a crise houve um senso de complacência generalizado nos círculos governamentais e empresariais, pelo qual pagamos caríssimo.

As elites precisam mudar. Exceto alguns indivíduos excepcionais; em termos gerais, o planeta tem sido mal servido por suas elites. O que é surpreendente é seu altíssimo grau de incompetência, além de aparentarem ser insensíveis. As muitas manifestações, como Occupy Wall Street, não são motivadas pelo ressentimento contra a riqueza em si, mas como a riqueza é obtida. Precisamos de elites novas ou reformadas, com mais competência, responsabilidade, sensibilidade, consciência e muito mais humildade.

O financeiro deve vir em segundo plano; e a economia real, em primeiro. Recentemente, tem sido o inverso – as finanças em primeiro plano e a economia real, em segundo. A menos que o financeiro seja domado, a crise do capitalismo vai continuar e, provavelmente, acabará arruinando o sistema. Este é um imperativo também para abordar o verdadeiro câncer que está destruindo as sociedades em todo o mundo: a injustiça.

O imperativo de uma luta unificada e bem-sucedida contra a injustiça. O sentimento generalizado de injustiça provém de níveis altíssimos (e crescentes) de desigualdade – não só de renda, mas de oportunidades de educação, saúde e meio ambiente. Atacar a injustiça social tem de ser responsabilidade de todos, principalmente das elites. Mentalidades e cultura precisam de uma mudança radical.

Restaurando o respeito ao serviço público e o senso de comunidade. Ao tomar posse, em janeiro de 1961, o presidente dos EUA, John Kennedy, declarou: “Não perguntem o que seu país pode fazer por você – pergunte o que você pode fazer por seu país”. Havia um pressuposto implícito da dignidade e obrigação do serviço público. Duas décadas depois, em sua cerimônia de posse, Ronald Reagan afirmou: “Nesta atual crise, o governo não é a solução para nosso problema: o governo é o problema”. Desde então, e até a crise atual, tem havido uma tendência para venerar o mercado e denegrir o governo.

Tem de haver uma ênfase muito maior no serviço público e comunidade. As pessoas com vantagem trazem benefícios aos menos favorecidos. São também os modelos que buscamos, e que constroem o planeta que queremos.

Trazer as ciências humanas de volta. Outra causa da crise do capitalismo é a marginalização das ciências humanas em favor de matérias e cursos mais “práticos”, como administração, contabilidade, marketing, etc. A elite reformada precisa ter uma base intelectual sólida e profunda. Para entender a condição humana e moldar o planeta que queremos, deveria haver muito mais estudos de história, geografia, literatura, arte, música, filosofia, antropologia, religião, etc.

lites ocidentais são, em sua maioria, muito mal preparadas para as transformações globais. Pouquíssimas têm experiência fora da Europa Ocidental e América do Norte; dificilmente falam chinês ou outras línguas asiáticas; e muito menos estudaram em universidades não-ocidentais. Este é outro aspecto fundamental em que precisamos de elites novas ou reformadas – aquelas que conhecem bem o planeta, e não apenas um canto dele!

Na criação da aldeia global, as ciências humanas são extremamente importantes. Não basta apenas ter conhecimento básico das fontes de cultura e civilização de uma sociedade, mas também uma “sensibilização” de suas atuais dinâmicas e aspirações. Isto pode ser realizado através da literatura contemporânea. Os conhecimentos obtidos também fornecem a possibilidade de se adquirir o fator tão essencial para a construção do planeta que queremos: a empatia.

Este último aspecto é o mais importante e relevante para a agenda Evian/IMD. Uma escola de negócios global precisa desenvolver alfabetização cultural global, compreensão e empatia. Embora a agenda Evian esteja focada principalmente no comércio, ela é bastante baseada na forte convicção filosófica de que um mercado global não pode funcionar sem uma aldeia global robusta.

Antaq vai licitar terminais

Excelente notícia para a infra-estrutura brasileira. Só resta saber (e torcer) que essas obras não sejam realizadas com os mesmos desmando das obras do Porto de Açú, no Estado do Rio de Janeiro.


Ps: notem como somos ágeis e reparem no ligeiro tempo de atraso das eclusas de Tucuruí, no rio Tocantins...

Data: 7/3/2012

Fonte: NetMarinha

Um dos diretores da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Tiago Melo, anunciou que o Governo prepara a licitação de novos terminais a serem arrendados a particulares e citou: novo porto de Manaus (AM), porto de águas profundas do Espírito Santo e expansões de Santos, Rio, Paranaguá (PR) e Suape (PE). No Pará, estuda-se novo terminal de minério e ampliação de Vila do Conde. Outra preocupação da Antaq é a de prover retroárea aos portos, para torná-los mais eficientes.


Porto de Santos, em São Paulo: o principal porto do país. Vá no google e compare aos portos de Cingapura, Xangai e Roterdã...


Em relação ao Pedral do Lourenço, admite que o governo se esforça para conseguir uma solução. No fim do Governo Lula, foram abertas as eclusas de Tucuruí, no Rio Tocantins , com atraso de 30 anos desde a construção da barragem. Mas, próximo às eclusas, há um empecilho no rio, o que impede maior expansão da navegação. A obra para desbloquear o rio foi incluída no orçamento federal de 2011, mas nem um centavo foi aplicado. Em recente reunião, o Governo aventou a possibilidade de fazer um acordo para a Vale pagar a obra, mas empresários e políticos paraenses se mostram céticos, uma vez que a Vale parece não ter interesse direto em navegar por esse trecho e, portanto, dificilmente iria arcar com esse ônus. A responsabilidade é do Governo Federal, não da Vale.

Melo destaca que a Antaq é ente regulador e não formula política, mas regula e fiscaliza o sistema, cabendo a definição política ao Governo, atráves de Ministério dos Transportes e Secretaria Especial de Portos (SEP). " Digo isso porque, no passado, houve alguma confusão sobre tarefas de governo e agência".

O dirigente nega que o decreto 6620 tenha engessado o sistema. Diz que, ao contrário, é marco regulatório, para que todos saibam qual a política brasileira para portos. " Um empresário pode participar de licitação e saberá que não irá ser surpreendido com fatos novos", diz, acrescentando que não se poderia abrir totalmente o sistema, logo após diversos empresários terem feito elevados pagamentos para terem a outorga de terminais".

- O 6620 fixa limites e prestigia o porto público - ressalta. Tiago Melo esclarece que os terminais privativos devem operar, prioritariamente sua carga, mas no caso de containeres, isso é difícil, pois a carga contida nos containeres em geral é picada, de diversas origens. Assim, é praticamente impossível um terminal privativo operar containeres, a não ser que use majoritariamente carga própria, como açúcar ou café - o que, na prática, não ocorre.

- O terminal privativo é importante para o país, mas deve focar na carga própria. O porto público tem função universal - assevera.

Governo lança mapeamento da cobertura das áreas desflorestadas

Ao menos uma boa notícia de um Estado que só costuma mandar péssimos exemplos...

Fonte: 24 horas News – MT
O Governo lança no próximo dia 13, terça-feira, às 08:00 horas, no Auditório da Famato – durante o Seminário “Terra Sustentável – Ideias para recuperar e preservar terras degradadas”, o Terraclass, um levantamento de informações sobre o uso e cobertura da terra, na Amazônia Legal. O projeto que surgiu em 2008, após 20 anos do início do monitoramento do desflorestamento da Amazônia Legal, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), tem como objetivo fazer a qualificação das imagens orbitais das áreas desflorestadas na região. Os resultados dessa nova leitura estão reunidos em mapas e num conjunto de tabelas, com informações inéditas, que descrevem a situação do uso e da cobertura da terra em nove estados da Amazônia Legal, no ano de 2008.

Leia o restante em: http://iplanetaazul.wordpress.com/2012/03/21/governo-lanca-mapeamento-da-cobertura-das-areas-desflorestadas/

Projeto irá monitorar qualidade de águas subterrâneas

Ciência de qualidade feita no Brasil = Orgulho.
Mas olhem a nação de origem do(s) esquipamento(s)... = Vergonha.


Pelo menos, é melhor que nada...

Data: 7/3/2012
Fonte: MundoGEO
O Centro de Estudos Ambientais (CEA), unidade complementar da Unesp no Câmpus de Rio Claro, e o Laboratório de Estudos de Bacias da Unesp (Lebac) , vinculado ao Instituto de Geociências e Ciências Extas (IGCE); firmaram uma parceria com a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e com centros internacionais de referência em pesquisas na área de recursos hídricos. O acordo, ratificado em 17 de fevereiro, na sede do CEA, permitirá o desenvolvimento do projeto Monitoramento da Qualidade de Águas Subterrâneas.

Leia o restante em: http://iplanetaazul.wordpress.com/2012/03/21/projeto-ira-monitorar-qualidade-de-aguas-subterraneas/

sexta-feira, 16 de março de 2012

"Aziz e eu" - por Cynara Menezes, Carta Capital

Um texto lindo e genial. Dá gosto de ler.

por Cynara Menezes

16.03.2012 19:17 (site Carta Capital)
 
Aziz e eu

Se há algo bom de verdade nesta profissão de jornalista é ter a oportunidade de conhecer gente sábia. Eu posso dizer que tive a honra de conhecer alguns sábios ao longo da minha carreira. Um deles morreu hoje, aos 87 anos, mansamente, em sua casa em Cotia (SP): o geógrafo Aziz Ab’Saber. O Brasil perde um grande intelectual e um ser humano maravilhoso.

Há oito anos recebi da editora Record a incumbência de fazer um livro com o professor Aziz, “O Que É Ser Geógrafo”, um depoimento em primeira pessoa voltado para universitários. Começou então a amizade entre a jornalista de 30 e poucos que nada sabia de geografia além do que aprendera no colégio, e o maior geógrafo brasileiro, de quase oitenta. Foram mais de 20 horas de entrevistas em sua sala no Instituto de Estudos Avançados da USP, na verdade uma prosa prazerosa onde ele ia contando, de forma absolutamente poética, a história de sua vida.


De olhos fechados, o professor ia lembrando e, não raro, se emocionando, com os relatos que vinham do passado, de muito antes de ele nascer, na aldeia do Líbano de onde partira seu pai, Nacib, em direção ao Brasil. Era tão vívida e colorida a narrativa de Aziz Ab’Saber que me transportava até suas memórias: o mercado no Líbano; a feira em São Luiz do Paraitinga, cidade em que o professor nasceu; as viagens de campo, já na USP, com os mestres franceses que formaram a primeira geração de uspianos e que ele tanto admirava: Pierre Monbeig, Roger Bastide, Jean Tricart, Roger Dion, André de Cailleux, Jean Dresch, Louis Papi.

Os papos se estendiam depois, na lanchonete da faculdade de Letras ou do DCE –o professor sempre me convidava para um café com leite e um pão com manteiga. Dava para perceber o quanto ele amava estar no ambiente universitário, sobretudo entre os estudantes, que volta e meia vinham cumprimentá-lo. Uma tarde, quando já havíamos terminado o ciclo de entrevistas, ele passou em minha casa e disse: “Hoje você vai receber uma aula de geomorfologia”. E me levou para um recorrido pelo interior de São Paulo, na região de Itu, onde conheci o interessantíssimo parque do Varvito, um tipo de rocha sedimentar única, formada pela sucessão repetitiva de lâminas ou camadas.

Em Salto, ele me mostrou a força das águas do Tietê, poluído mas vivo, pulsante, ao contrário da placidez triste que o rio tem na capital. Subimos o monumento à Nossa Senhora de Monte Serrat, onde Ab’Saber me explicou in loco sua teoria dos redutos e refúgios: pedaços de paisagens que pertencem a outro ecossistema. Em pleno interior paulista, me mostrou areia e mandacarus típicos do Nordeste Seco. Sinal de que um dia houve caatingas também ali. Eu, a discípula, arregalava os olhos e aguçava os ouvidos.
Aprendi muito com o professor. O principal, para mim, foi descobrir que havia poesia na geografia. Nunca vou esquecer a linda expressão que usava para definir a paisagem montanhosa de sua terra natal, São Luiz: “mar de morros”. Inesquecível também a viagem a cavalo que me contou ter feito, pequenino, dentro do jacá (cesto de vime), pela serra do Mar, descendo até o litoral, em Ubatuba. Toda vez que vou à praia em São Paulo e percebo como é úmida a mata atlântica, lembro do professor Aziz contando dos “pinguinhos” que caíam no cesto de suas lembranças de menino e que, ele, curioso, se esforçava para entender, por entre as tramas do jacá.

Aziz Ab’Saber era um homem de esquerda, no sentido mais utópico do termo – nada a ver com partidos políticos, como as pessoas teimam em confundir hoje em dia. Foi dele a ideia, que deu a Lula, de fazer pelo País as caravanas da cidadania. E lembro de como ficou chateado por nunca ter sido convidado para ir ao Palácio do Planalto, depois da posse… Mais triste ainda ficou quando seu amigo operário foi capaz de dizer, em 2006, em tom de pilhéria: “se você conhecer uma pessoa muito idosa esquerdista, é porque ela tem problemas”. Ab’Saber foi de esquerda até o fim. Até o fim o centro de suas preocupações como intelectual foram os mais necessitados, os que viviam longe de tudo, os ribeirinhos, os catadores de papel, os moradores das favelas. Até o fim desejou a inserção social dos humanos desamparados e se indignou com a injustiça.

Sempre que eu ligava para sua casa, mal ouvia eu dizer “alô!” e o professor Aziz respondia: “Cynara! Minha amiga”. As amizades são assim, não importa quantos anos se tem, de onde se vem, onde se nasce. As almas se reconhecem. Vou sentir saudades, professor. Se existe Paraíso, espero que tenha vista para o mar de morros.

Ecos do Sino Grande (Aziz Ab’Saber)
Ainda oiço. Trago na memória.
Na noite de São Luiz
Escuto ainda
As badaladas arrastadas
Do sino grande
Da matriz.

Coisa rara: tivemos que sair
Minha mãe, minha madrinha e eu
Para arejar o pequeno Iussef
Que estava com tosse comprida.

Ruas desertas. Escuridão
Bairro e chuvinha
Cheiro do mato vindo da outra banda
Do rio.

No alto do morro
O cruzeiro iluminado que meu pai,
Poeta introvertido,
Mandou iluminar.
Primeiras elétricas luzes,
Que antecediam
O pontilhado imenso que
marcava as luzes do universo.

Saudades de menino
Entes queridos.
Lembranças sentidas.
E, para completar
As badaladas arrastadas do sino grande
Que saudades, Deus meu!

Luto. Morre Aziz Nacib Ab`Saber.

Morreu, no dia de hoje, 16/03/12, Aziz Nacib Ab`Saber. E, por uma semana este Blog fará o que, na minha opinião, deveria ser algo oficializado pela presidência da república: entrará em luto oficial.

Eis uma de suas maiores contribuições teóricas: a divisão do território brasileiros em Domínios Morfoclimáticos (que congrega características climáticas, fitogeográficas e geomorfológicas).

O mapa acima é uma "versão colorida" do que consta nesse livro aqui. Leitura obrigatória para qualquer geógrafo.

Vou discorrer apenas alguns pensamentos que me vêm a mente sobre ele, por que estou profundamente triste (incluido o que já escrevi em e-mails enviados a colegas geógrafos).

Aziz se foi. E foi.
Foi, na Geografia brasileira,  o maior. O mito. O exemplo.

Sorte do povo que teve entre os seus alguém da envergadura intelectual, da capacidade de contribuir, da coragem e disposição de conhecer deste homem.
Sorte da ciência que teve seu maior expoente de todos (no Brasil) por tanto tempo contribuindo cientificamente.
Sorte da categoria de profissionais que tem um exemplo tão bem acabado (ainda que imperfeito) para ser seguido por muitos e muitos anos.

E azar dele ter nascido num país que não lhe deu o devido valor e os devidos ouvidos; ter se dedicado a uma ciência que não o tratou com a devida reverência; ter estado ao lado de uma categoria que costumeiramente o tratou como apenas mais um geógrafo.
Poucos fizeram tanto pela ciência brasileira, pelo conhecimento, pela Geografia e pelo meio ambiente. Ninguém fez tanto por tudo isso junto.
O maior. 
Agora o céu está cheio e, o Brasil, de uma vez por todas, vazio. Alguém que só pode ser comparado a pessoas como Sérgio e Aurélio Buarque de Holanda, Florestan Fernandes, Celso Furtado, Caio Prado Jr. e Darcy Ribeiro.

O maior.

E muitos vão questionar se não foi Milton Santos o maior geógrafo da história do país. Quanto mais eu me aprofundo na obra dos dois, mais me parece evidente que toda a erudição superior do Milton não consegue, sequer, chegar próximo ao que foi a produção e a ação do Aziz. Todas as horas de campo do Aziz põe facilmente no bolso todos os livros e amizades francesas do Milton. Um ganhou o Vautrin Lud (o "Nobel da Geografia", oferecido anualmente desde 1991, e com qual Milton Santos foi agraciado em 1994) e o outro não? Puro azar do prêmio, que deixou de ter em suas fileiras de premiados alguém como Aziz.
E, olhando o atual quadro da Geografia, vejo que sua falta não tem condições de ser abrandada.
Um adeus ao maior.


Energia solar já atingiu nível de competitividade econômica

Como diria o poeta: suspeitei desde o princípio. Para mim jé era evidente que a Energia Solar já é econômicamente viável, mas não teria competência para provar. Mas que bom que ainda existem os competentes! Eis o verdadeiro "pré-sal" brasileiro, afinal, somos o mais extenso país tropical do mundo.

Energia solar já atingiu nível de competitividade econômica

Data: 13/02/2012 
Fonte: Redação do Site Inovação Tecnológica
Chique
"Já é hora de parar de ver a energia solar como a boutique das fontes de energia."
Na verdade, ela nem mais deveria ser vista como uma fonte alternativa de energia, mas como "uma opção técnica e economicamente viável".
O recado contundente é do pesquisador Joshua Pearce, da Universidade Queens, no Canadá.
Pearce e seus colegas fizeram o levantamento mais criterioso já realizado até agora dos custos da energia solar.
E encontraram números que são muito diferentes dos que vêm sendo adotados na larga maioria dos estudos da área, na maioria das vezes sem critério e sem nenhum questionamento.
Custo da energia solar
"Historicamente, quando comparam a economia da energia solar e das fontes convencionais de energia, as pessoas têm sido muito conservadoras," diz o pesquisador, citando como "pessoas" os estudiosos que publicaram artigos científicos sobre o assunto.
O grupo de Pearce revisou todos esses estudos, publicados ao longo das últimas décadas, e descobriu que os números usados nas comparações de custos estão errados por uma larga margem.
Para descobrir o custo real da energia fotovoltaica é necessário considerar, além do custo dos painéis solares, os custos de instalação e de manutenção, o custo financeiro do investimento, a vida útil dos painéis e a potência efetiva que eles produzem ao longo do ano.
Coeficientes corretos
O primeiro erro encontrado foi na durabilidade dos painéis solares. "Com base nos últimos estudos de longo prazo, nós devemos fazer nossa análise econômica considerando um ciclo de vida de 30 anos, no mínimo," afirmou Pearce.
Além disso, a maioria das análises reproduz um dado que afirma que a produtividade dos painéis solares fotovoltaicos cai a uma taxa de 1% ao ano, quando o dado real, com base nos painéis disponíveis hoje no comércio, fica entre 0,1 e 0,2%.
Finalmente, as análises têm largas variações quanto ao custo por watt de eletricidade gerada, que é citado entre US$2 e US$10.
"O custo verdadeiro em 2011, para painéis solares disponíveis no mercado mundial, é de US$1," afirma Pearce, mesmo que os custos dos próprios painéis e da mão-de-obra para instalação variem largamente ao redor do mundo.
Competitiva
O estudo crítico refaz então os cálculos e conclui que a energia solar já está alcançou competitividade em várias partes do mundo.
Segundo os pesquisadores, os painéis solares já podem gerar uma eletricidade que é tão barata - em alguns lugares, mais barata - do que a energia que os consumidores compram hoje das concessionárias.
Isto sem atribuir um valor financeiro para os outros benefícios da energia solar, como a redução da poluição e a queda na emissão de carbono.
Bibliografia:

A Review of Solar Photovoltaic Levelized Cost of Electricity
K. Branker, M. J.M. Pathak, J. M. Pearce
Renewable & Sustainable Energy Reviews
Vol.: 15, 4470-4482 (2011)
DOI: 10.1016/j.rser.2011.07.104