Apesar de não seguirem necessariamente os métodos científicos pós século XVI, esses conhecimentos contam com experiências de tentativa e erro acumuladas por século. Ignorar algo desta natureza é, no mínimo, bem estúpido...
Povos indígenas da América Latina e Caribe são aliados estratégicos contra a fome, afirma FAO
Os povos indígenas podem dar uma contribuição essencial para a erradicação da fome, insegurança alimentar e desnutrição na América Latina e no Caribe, disse esta semana que o Escritório Regional da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Durante o segundo diálogo social entre os povos indígenas e a FAO, em Santiago do Chile, o Representante Regional da FAO, Raul Benitez, afirmou que “é necessário resgatar e promover o conhecimento tradicional que [os indígenas] produziram ao longo dos séculos. Ele contém uma riqueza de estratégia e saberes necessários para avançar para a erradicação da fome em nossa região”.
Estiveram presentes líderes, acadêmicos e profissionais indígenas de 20 países da região. Myrna Cunningham, representante regional do Fórum Permanente sobre Questões Indígenas das Nações Unidas, elogiou a aliança proposta pela FAO para trabalhar no resgate de conhecimentos tradicionais relacionados com a produção de alimentos, nutrição, saúde e os complexo desafios da gestão de riscos ambientais.
De acordo com a FAO, os sistemas alimentares desenvolvidos por estes povos, suas dietas tradicionais e sistemas de produção e manejo sustentável dos recursos naturais são uma herança de valor inestimável, que pode ajudar a encontrar as respostas para os problemas decorrentes dos paradigmas atuais de vida e progresso da sociedade contemporânea.
Apesar da enorme contribuição que podem dar para o desenvolvimento e segurança alimentar, muitos povos indígenas enfrentam altos níveis de desnutrição — eles representam apenas 5% da população mundial, porém são responsáveis por 15% da pobreza extrema.
“Trabalhar com os povos indígenas é uma prioridade para o Escritório Regional da FAO. Nós ouvimos as suas vozes para encontrar novos padrões de produção e consumo. Assim, acreditamos que, apesar da insegurança alimentar e pobreza que muitos enfrentam, eles não são parte do problema, são parte da solução”, acrescentou Benitez.
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