165 milhões de crianças estão desnutridas em todo o mundo, 80% em apenas 14 países
Uma em cada quatro crianças com menos de cinco anos de idade sofre de atrofiação devido à desnutrição crônica em períodos cruciais do crescimento, afirmou nesta segunda-feira (15) uma agência da ONU. O dano feito ao corpo e ao cérebro de uma criança pelo atrofiamento é irreversível — prejudica o desempenho na escola e mais tarde no trabalho, expondo as crianças a um maior risco de morrer por doenças infecciosas.
O relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) – “Melhorando a nutrição infantil: o imperativo viável para o progresso global” – observa que a chave para superar a desnutrição é dar especial atenção ao período da gravidez e nos primeiros dois anos de vida de uma criança.
“A desnutrição pode acabar com oportunidades na vida de uma criança e com o desenvolvimento de uma nação”, disse o Diretor Executivo do UNICEF, Anthony Lake.
Estima-se que 80% das crianças que sofrem por atrofiamento no mundo vivem em apenas 14 países. O relatório destaca sucessos na ampliação da nutrição e na melhoria das políticas em 11 países: Etiópia, Haiti, Índia, Nepal, Peru, Ruanda, República Democrática do Congo, Sri Lanka, Quirguistão, Tanzânia e Vietnã.
No estado de Maharashtra, na Índia, o percentual de crianças desnutridas caiu de 39%, em 2005, para 23%, em 2012. Principalmente devido ao apoio aos trabalhadores da linha de frente que se concentram em melhorar a nutrição infantil.
No Peru, o atrofiamento caiu em um terço entre 2006 e 2011, após uma iniciativa que pressionou candidatos políticos a assinarem um compromisso para reduzir a desnutrição em crianças menores de cinco anos a 5%, no período de cinco anos, e para diminuir as desigualdades entre as zonas urbanas e rurais.
A Etiópia diminuiu seu percentual de atrofiamento de 57% para 44% entre 2000 e 2011, através da implementação de um programa nacional de nutrição, fornecendo uma rede de segurança nas áreas mais pobres e aumentando a assistência nutricional das comunidades.
O relatório diz que as soluções existentes e o trabalho de novas parcerias representam uma oportunidade sem precedentes para tratar a desnutrição infantil no mundo, acelerando o progresso através de projetos nacionais, coordenados com o apoio de doadores e com metas mensuráveis.