Boa leitura.
Os
funcionários do metrô de São Paulo fizeram greve quarta-feira (23).
Todos aqueles que possuíam carros e normalmente os deixavam na garagem
tiveram que usá-los, como única forma de chegar ao trabalho. O rodízio
municipal de veículos, que proíbe que 20% da frota circule em
determinados horários, foi suspenso.
Um dia típico no Metrô de São Paulo. |
Rapidamente correram para culpar os grevistas pelo caos, como se não houvesse direito à greve, como se quem trabalha no metrô tivesse que se contentar com qualquer situação de salário e trabalho (alías, segundo as informações, a intenção dos grevistas era trabalhar com a catraca aberta, com o metrô de graça, mas foram coagidos pelo governo do estado e pela direção do metrô.
A cidade se tornou um caos completo simplesmente porque desde sempre a opção dos sucessivos governos foi dar prioridade ao transporte individual em detrimento ao coletivo; porque a cidade foi privatizada, violentada pelos grandes empreendimentos imobiliários, liberados sem nenhum controle ou plano urbano (ao que parece, funcionava uma verdadeira máfia para a liberacão dos imóveis...)
Outras cidades vão no mesmo caminho. Salvador e Belo Horizonte são cada vez mais privatizadas, e a lógica de ocupação é vendida a qualquer empreiteira que possa pagar. Cidades de prédios, automóveis e muros. São escolhas de para quem governar.
Além de tudo isso, o governo federal, com medo da crise que se avizinha, resolveu diminuir o IPI dos carros, barateando-os, estimulando o consumo de automóveis.
Assim, o governo federal se coloca no mesmo sentido dos governos municipais, agindo para alguns, na contramão do interesse público, de uma cidade de gente.
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