sexta-feira, 7 de junho de 2013

ONU: Fome na Somália matou em um ano e meio 260 mil pessoas, metade crianças

Mais da crise muda: a crise africana que ninguém fala...

ONU: Fome na Somália matou em um ano e meio 260 mil pessoas, metade crianças



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Famílias deslocadas somalis em Dhobley, perto da fronteira da Somália com o Quênia. Foto: FAO
Famílias deslocadas somalis em Dhobley, perto da fronteira da Somália com o Quênia. Foto: FAO

Mais de um quarto de milhão de pessoas morreram de fome na Somália, entre outubro de 2010 e abril de 2012, em parte porque a comunidade internacional não agiu rápido o suficiente, disse um chefe humanitário das Nações Unidas no país.

“O sofrimento jogado fora como um drama sem testemunhas”, disse Philippe Lazzarini, coordenador humanitário da ONU para a Somália, comentando os resultados em um novo relatório encomendado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Cerca de 133 mil somalis que morreram — cerca de metade — eram crianças menores de cinco anos, de acordo com a Unidade de Análise de Segurança Alimentar e Nutrição da FAO para a Somália (FSNAU), que realizou o estudo juntamente com a rede FEWS NET.
Classificando a magnitude dos dados de mortalidade como “inquietante”, Lazzarini disse que o relatório confirma “que poderíamos ter feito mais antes que a fome foi declarada em 20 de julho de 2011″ e que o estudo ajudará a garantir “que a Somália nunca passe por uma outra epidemia de fome novamente”.
Ele acrescentou que “os avisos que começaram já com a seca em 2010 não desencadearam uma ação prévia suficiente. Em áreas mais afetadas, o acesso às pessoas necessitadas foi tremendamente difícil”.
No auge da crise, entre maio e agosto de 2011, cerca de 30 mil pessoas morreram por mês, de acordo com o estudo.
“Cerca de 4,6% da população total e 10% das crianças menores de cinco anos morreram no sul e centro da Somália”, informou a FAO. “Lower Shabelle, Mogadíscio e Bay foram as mais atingidas.”
A mobilização maciça da comunidade humanitária ajudou a atenuar os piores efeitos da crise, uma vez que a fome foi declarada, disse o coordenador humanitário. “Chegamos a áreas anteriormente inacessíveis através de uma ação inovadora e por meio do fortalecimento de parcerias locais.”
Desde então, a comunidade das Nações Unidas e seus parceiros mudaram a maneira como operam, disse Lazzarini: “Com 2,7 milhões de pessoas ainda precisando de ajuda para salvar vidas e apoio para construir seus meios de subsistência, estamos redobrando esforços para investir nas pessoas e comunidades somalis para quebrar o ciclo de crise e de resposta.”
“Estamos buscando formas de superar o trabalho humanitário e de desenvolvimento que será crucial para a consolidação da capacidade de resiliência dos povos e das comunidades da Somália”, acrescentou.

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