terça-feira, 28 de agosto de 2012

FAO pede mudanças radicais na promoção de dietas sustentáveis e biodiversidade alimentar

"Oh mundo tão desigual, tudo é tão desigual, ooooo... de um lado esse carnaval, de outro a fome total, oooooo..."
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FAO pede mudanças radicais na promoção de dietas sustentáveis e biodiversidade alimentar

10 de agosto de 2012 · Destaque

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(Banco Mundial/Flore de Préneuf)
Os países deveriam tomar medidas imediatas para promover dietas sustentáveis e sua biodiversidade alimentar, como forma de melhorar a saúde de seus cidadãos. A avaliação é de uma agência da ONU que trata do tema e foi publicada esta semana em um livro lançado em conjunto com a organização não governamental Bioversity International. “Apesar dos muitos sucessos da agricultura nas últimas três décadas, é evidente que os sistemas alimentares e dietas não são sustentáveis”,disse a responsável pela Divisão de Proteção ao Consumidor e Nutrição da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Barbara Burlingame, no prefácio do livro Dietas Sustentáveis e Biodiversidade.
“Enquanto mais de 900 milhões de pessoas no mundo sofrem de fome, muitas outras – cerca de 1,5 bilhão – estão com sobrepeso ou obesas. Estima-se que dois bilhões sofrem de má nutrição de micronutrientes, incluindo a vitamina A, ferro ou deficiência de iodo”, acrescentou Burlingame, destacando a ligação entre a má alimentação e doenças não transmissíveis, como diabetes e doenças cardiovasculares.
O livro assinala que a entrada da agricultura industrial e do transporte de longa distância fizeram carboidratos refinados e gorduras acessíveis e disponíveis em todo o mundo, levando a uma simplificação geral de dietas e dependência de um número limitado de alimentos ricos em energia. No entanto, esses alimentos não têm a qualidade de nutrientes e têm carbono pesado.
Segundo a FAO, apenas três culturas – milho, trigo e arroz – atualmente fornecem 60% da energia da dieta a partir de plantas em nível global. Além disso, como o rendimento das pessoas no desenvolvimento de países aumenta, elas estão mais propensas a abandonar tradicionais alimentos de origem vegetal em favor de dietas ricas em carne, laticínios, gorduras e açúcar. “Nossos sistemas alimentares precisam passar por transformações radicais para uma utilização mais eficiente dos recursos e maior eficiência e equidade no consumo de alimentos”, disse Burlingame.
Essa mudança de dieta e a excessiva dependência de determinadas culturas têm tido um papel significativo na diminuição da diversidade genética vegetal e animal, argumento a obra, observando que, de 47.677 espécies avaliadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza, 17.291 estão ameaçadas de extinção.

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