sexta-feira, 7 de junho de 2013

ONU: Fome na Somália matou em um ano e meio 260 mil pessoas, metade crianças

Mais da crise muda: a crise africana que ninguém fala...

ONU: Fome na Somália matou em um ano e meio 260 mil pessoas, metade crianças



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Famílias deslocadas somalis em Dhobley, perto da fronteira da Somália com o Quênia. Foto: FAO
Famílias deslocadas somalis em Dhobley, perto da fronteira da Somália com o Quênia. Foto: FAO

Mais de um quarto de milhão de pessoas morreram de fome na Somália, entre outubro de 2010 e abril de 2012, em parte porque a comunidade internacional não agiu rápido o suficiente, disse um chefe humanitário das Nações Unidas no país.

“O sofrimento jogado fora como um drama sem testemunhas”, disse Philippe Lazzarini, coordenador humanitário da ONU para a Somália, comentando os resultados em um novo relatório encomendado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Cerca de 133 mil somalis que morreram — cerca de metade — eram crianças menores de cinco anos, de acordo com a Unidade de Análise de Segurança Alimentar e Nutrição da FAO para a Somália (FSNAU), que realizou o estudo juntamente com a rede FEWS NET.
Classificando a magnitude dos dados de mortalidade como “inquietante”, Lazzarini disse que o relatório confirma “que poderíamos ter feito mais antes que a fome foi declarada em 20 de julho de 2011″ e que o estudo ajudará a garantir “que a Somália nunca passe por uma outra epidemia de fome novamente”.
Ele acrescentou que “os avisos que começaram já com a seca em 2010 não desencadearam uma ação prévia suficiente. Em áreas mais afetadas, o acesso às pessoas necessitadas foi tremendamente difícil”.
No auge da crise, entre maio e agosto de 2011, cerca de 30 mil pessoas morreram por mês, de acordo com o estudo.
“Cerca de 4,6% da população total e 10% das crianças menores de cinco anos morreram no sul e centro da Somália”, informou a FAO. “Lower Shabelle, Mogadíscio e Bay foram as mais atingidas.”
A mobilização maciça da comunidade humanitária ajudou a atenuar os piores efeitos da crise, uma vez que a fome foi declarada, disse o coordenador humanitário. “Chegamos a áreas anteriormente inacessíveis através de uma ação inovadora e por meio do fortalecimento de parcerias locais.”
Desde então, a comunidade das Nações Unidas e seus parceiros mudaram a maneira como operam, disse Lazzarini: “Com 2,7 milhões de pessoas ainda precisando de ajuda para salvar vidas e apoio para construir seus meios de subsistência, estamos redobrando esforços para investir nas pessoas e comunidades somalis para quebrar o ciclo de crise e de resposta.”
“Estamos buscando formas de superar o trabalho humanitário e de desenvolvimento que será crucial para a consolidação da capacidade de resiliência dos povos e das comunidades da Somália”, acrescentou.

Agradecimento dos 20 Mil!

Olha só, quem diria?! O Blog atingiu a marca das 20.000 visualizações!
O que mais eu posso dizer além de um graaaande "Obrigado!"?!
Obrigado!

domingo, 26 de maio de 2013

Ano Internacional da Quinoa pode diminuir insegurança alimentar e transformar a dieta mundial

Olha só: novamente um alimento ameríndio tentando salvar o mundo da fome. Batata, milho, quinoa...

Ano Internacional da Quinoa pode diminuir insegurança alimentar e transformar a dieta mundial


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Plantadoras de Quinoa na Bolívia. Foto: Claudio Guzmán/FAO

A quinoa, um tipo de grão altamente nutritivo que entrou recentemente no cardápio de grandes chefs em todo o mundo, tem sido uma parte importante da alimentação durante séculos na América do Sul, entre as comunidades pré-colombianas agrícolas andinas da Colômbia ao Equador. Na verdade, a maioria da quinoa do mundo é cultivada no altiplano, que abrange o Peru e a Bolívia.
 
Em 2012 o presidente da Bolívia, Evo Morales, foi nomeado embaixador especial para o Ano Internacional da Quinoa pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). A quinoa foi levada para os holofotes da ONU pelo presidente Morales — ele próprio um ex-agricultor do grão — que foi a nova Nova York para o lançamento do Ano, juntamente com a primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, que promove a dieta tradicional andina para combater a desnutrição infantil.

Ao declarar 2013 o “Ano Internacional da Quinoa”, as Nações Unidas esperam popularizar uma semente de suporte à vida que pode ajudar a promover a segurança alimentar e a erradicação da pobreza, acabar com a desnutrição e estimular a biodiversidade em apoio à realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). É também uma forma de um reconhecimento aos povos indígenas que preservaram a quinoa através do conhecimento e práticas tradicionais passadas através dos tempos.

“Nós queremos que o mundo a conheça”, disse Alan Bojanic, vice-representante de Escritório Regional da FAO para América Latina e Caribe, admitindo que algumas pessoas questionam a decisão de dar à quinoa um ano próprio.

Alimento indígena em harmonia com a Natureza

Na Resolução 66/221, a Assembleia Geral da ONU declarou o Ano Internacional da Quinoa em reconhecimento aos povos indígenas andinos “que conseguiram preservar a quinoa em seu estado natural como alimento para as gerações presentes e futuras, através de práticas ancestrais de viver em harmonia com a Natureza”. Por isso, o tema deste ano: “Um futuro semeado há milhares de anos”.

A quinoa não é exatamente um grão, nem um vegetal. É um ‘pseudo’ cereal, parte do gênero Chenopodium e relacionado com a beterraba e o espinafre. As sementes de quinoa são isentas de glúten e têm todos os aminoácidos essenciais, oligoelementos e vitaminas necessários para a sobrevivência. Devido ao seu alto valor nutricional, os povos indígenas e pesquisadores o chamam de “o grão de ouro dos Andes”.

Quinoa é a ponte para a segurança alimentar

Advertindo que o cultivo está “ainda em fase experimental” em algumas áreas, Bojanic, que também atua como secretário para o Secretariado do Ano Internacional da Quinoa, disse que a quinoa “está começando a ser consumida por países que não pensariam em tê-la há alguns anos”. Isto inclui Canadá, China, Dinamarca, Itália, Índia, Quênia, Marrocos e Holanda, que já estão produzindo ou fazendo testes agronômicos para a produção comercial da quinoa.

A Bolívia e o Peru são responsáveis por mais da metade das 70 mil toneladas de quinoa produzidas anualmente, com os Estados Unidos responsáveis por cerca de 7 mil toneladas e a França logo atrás, segundo relatórios da FAO. A quinoa é resistente, ela vive em temperaturas de -8ºC a 38ºC, ao nível do mar ou 4 mil metros de altitude e não é afetada por secas ou solos pobres.
Cultivo de quinoa no altiplano. Foto: FAO/Claudio Guzmán
“Esta cultura pode ser cultivada em condições muito difíceis, como o semiárido, em altitudes elevadas ou nível do mar, sem fertilizante. É uma cultura incrível em termos de adaptabilidade a ambientes estressantes”, observou Bojanic.

Esta capacidade de adaptação torna a quinoa potencialmente viável para áreas com secas periódicas, como a região do Sahel — que inclui o Senegal, Chade, Níger e Mauritânia –, onde milhões de pessoas necessitam de ajuda alimentar de emergência e a desnutrição é galopante.

Os números mais recentes da FAO, contidos no Relatório sobre o Estado da Insegurança Alimentar no Mundo de 2012, mostram que, apesar dos progressos significativos, quase 870 milhões de pessoas — ou uma em cada oito — ainda sofrem de desnutrição crônica.

Funcionários da ONU dizem que ainda há tempo para atingir o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio para redução da proporção de pessoas que passam fome em todo o mundo pela metade até 2015, mas os países devem intensificar os seus esforços e a quinoa oferece uma esperança.

O dilema da quinoa

Atributos agronômicos e nutricionais de lado, o sucesso global quinoa depende de fazê-la acessível. Os consumidores não compram o que não podem pagar e os agricultores não vão plantar grandes quantidades de um cultivo que não é financeiramente viável.

Esse é o chamado dilema da quinoa uma vez que, como a demanda por quinoa tem crescido nos últimos anos, também tem o seu preço. Há uma década, uma tonelada de quinoa custava menos de 70 dólares e agora é vendido por mais de 2 mil dólares, de acordo com dados da FAO.
Foto: FAO
Na Bolívia, os agricultores da quinoa próximos ao Lago Titicaca, o reservatório de água mais alto do mundo, levam na altura da cintura hastes cobertas de flores roxas, amarelas, verdes e laranjas para a colheita. Este é considerado o berço das grandes civilizações para os tiahuanaco e os incas e ali está a origem da quinoa.

“Agora as pessoas em todos os lugares estão comprando quinoa. Em La Paz, eles vendem nos mercados. Está em toda parte. Por essa razão, também somos capazes de vender em pequenas quantidades. Com esse dinheiro sustentamos nossas famílias”, relatou o agricultor Elias Vargas à ONU.

Vargas e seus vizinhos vendem suas colheitas a uma cadeia de café boliviana, Alexander Coffee, que usa quinoa em suas saladas, sanduíches e sobremesas. A padaria da empresa produz mais de mil biscoitos de quinoa e chocolate por dia.

“No começo foi difícil mudar a mentalidade”, lembrou a diretora executiva da Alexander Coffee, Pamy Quezada Velez. A quinoa costumava ser conhecida como “o alimento do homem pobre” e os bolivianos preferiam comer trigo e arroz. “Mais pessoas estão se abrindo para a ideia e estamos indo bem com quinoa.”

A parceria entre os pequenos agricultores e pequenas empresas é parte de um projeto apoiado pelo Fundo Internacional da ONU para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA). Enquanto os agricultores como Vargas não crescem o suficiente para vender para o mercado externo, o aumento do consumo interno proporciona-lhes novas oportunidades.

Aumento dos preços e preocupação com a desnutrição

Quase todos os cerca de 250 mil hectares de terras agrícolas de quinoa estão nas mãos de pequenos agricultores e associações em todo o mundo. A FAO estima que pelo menos 130 mil pequenos produtores de quinoa só na América do Sul vão se beneficiar este ano do aumento de vendas, preços mais elevados para suas colheitas e de um retorno às práticas indígenas de forma sustentável.

“Nos mercados tradicionais, ainda é bastante acessível para as pessoas pobres, mas quando você a encontra no supermercado tende a ser bastante caro”, observou Bojanic.

A rápida expansão da agricultura quinoa nos últimos anos tem sido uma faca de dois gumes. Como os preços sobem, os agricultores estão mais propensos a vender as colheitas de quinoa que consumiriam, gerando preocupações de desnutrição. Cerca de um terço das crianças com menos de cinco anos nos países andinos já estão cronicamente desnutridas, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A mudança na escolha de alimentos como resultado de uma maior renda também está fazendo com que alguns agricultores mudem sua dieta tradicional para alimentos processados mais calóricos. A mudança ocorre particularmente entre os jovens, que preferem um refrigerante com açúcar a uma bebida caseira de água fervida, açúcar e farinha de quinoa.

Além disso, os incentivos maiores para produzir mais quinoa também estão contribuindo para disputas de terra. “Terra que mal tinha uso no passado e agricultores de pequeno porte que não estavam em conflito estão começando — agora que a terra tem mais valor — a entrar em conflito entre si para que possam reivindicar essas terras para a produção de quinoa”, relatou Bojanic.

As disputas por propriedade são ainda mais agravadas pela migração reversa, com os altos preços da quinoa motivando os moradores que se mudaram para as cidades a retornar ao campo, e pela falta de descanso suficiente do solo entre as colheitas.

O impulso para o aumento da produção está aparentemente em desacordo com a vida tradicional dos agricultores de quinoa, uma razão principal para a quinoa ter sido selecionada para a homenagem. Mas funcionários da ONU ressaltam que o aumento da importância de desenvolvimento de sistemas de produção sustentáveis para o consumo de quinoa e a segurança alimentar estão entre os principais objetivos para o ano.

Estimular práticas agrícolas sustentáveis e parcerias

Logo do Ano da Quinoa (2013)O Ano Internacional da Quinoa é coordenado por seu Comitê de Coordenação Internacional –composto pelos Ministérios da Agricultura dos países andinos e da França. A Bolívia tem a presidência da Comissão, com o Equador, Peru e Chile compartilhando a vice-presidência.

“A reação é muito entusiasmada”, disse Bojanic. “Os governos estão buscando uma abordagem coordenada para aumentar a produção nacional e regional.”

No setor público, a ONU está procurando envolver centros internacionais de pesquisa agrícola e centros de investigação nacionais em uma rede global de pesquisa e um banco de dados de genes para manter a colheita de 120 variações. A ideia é que especialistas testem as culturas e mostrem aos agricultores como eles podem melhorar seus cultivos sob diferentes condições.

A professora Luz Gomez Pando é uma das especialistas locais e acadêmicas que trabalham com a ONU, em Lima, Peru. Baseada na Universidade La Molina, ela utiliza a radiação nuclear para desenvolver novas variedades de quinoa que têm um rendimento mais elevado. Os raios gama aceleram o processo de evolução que levaria milhões de anos na natureza. Ela, então, dá as sementes às mulheres agricultoras e, na época da colheita, cozinha quinoa com elas.

“Eu vim do planalto acima de 3 mil metros e sou filha de dois agricultores”, afirma Gomez à Rádio ONU e à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). “O que precisamos agora é ter essas culturas muito rápido em extensos campos.”

A maioria da quinoa é produzida utilizando as tecnologias tradicionais, que resultam em baixos rendimentos. Um hectare normalmente resulta em 600 kg de quinoa. A FAO quer aumentar a produção para uma tonelada de quinoa por hectare. Isso ajudaria a aumentar a produção global de 70 mil toneladas para 200 mil toneladas por ano até 2018, através de tecnologias melhoradas e engajamento com empresas que já processam quinoa, incluindo grandes importadores e exportadores.

“As empresas que lidam com quinoa na Bolívia estão começando a transformar a quinoa em diferentes produtos e exportá-los, e estamos começando a entender melhor e estudar o potencial deste alimento. E também identificar quais variedades são boas para o quê”, disse Wilfredo Rojas, coordenador da Fundação Proinpa, da Bolívia.

Além da quinoa pura, há um mundo de subprodutos relacionados com sementes de quinoa, variando de pão orgânico e espaguete a vodca e cosméticos.

Os novos produtos estão chegando a novos consumidores, uma tendência que o Comitê Internacional para a Quinoa quer continuar. Eles devem chegar este ano a feiras de alimentos, livros de receitas, competições culinárias e eventos culturais para reforçar a posição de quinoa no mundo gastronômico.

“Todos nós devemos prová-la. É importante pelo valor que representa para a sua própria saúde. É muito fácil de cozinhar. Tem um sabor agradável. Há muito espaço para a imaginação”, concluiu Bojanic.
Saiba tudo sobre o Ano Internacional da Quinoa:

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Priorizar internação compulsória para tratamento de drogas é ‘inadequado’ e ‘ineficaz’, diz OMS

Ah, mas até a ONU sabe... só os brasileiros que não sabem... pra variar...

Priorizar internação compulsória para tratamento de drogas é ‘inadequado’ e ‘ineficaz’, diz OMS


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Internação involuntária de usuários de crack em uma grande cidade brasileira. Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo
Internação involuntária de usuários de crack em uma grande cidade brasileira. Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), representação regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) no continente americano, divulgou uma nota técnica nesta quarta-feira (8) com críticas à priorização que tem sido feita no Brasil pela internação compulsória para o tratamento de usuários de drogas.

 Na nota, a OPAS afirma que considera “inadequada” e “ineficaz” a “adoção da internação involuntária ou compulsória como estratégia central para o tratamento da dependência de drogas”.

A Organização declarou que a “priorização de medida extrema como a internação compulsória” está na “contramão do conhecimento científico sobre o tema” e pode “exacerbar as condições de vulnerabilidade e exclusão social dos usuários de drogas”.

A agência da ONU na área de saúde apontou que as consequências negativas do consumo de álcool e outras drogas no Brasil “têm sido identificadas como um problema prioritário para o setor saúde” e que “bebidas alcoólicas e tabaco ocupam as primeiras posições entre as substâncias mais consumidas, enquanto maconha e crack apresentam percentuais mais baixos”.

Segundo a nota, o Brasil “priorizou a implantação de serviços comunitários para o tratamento da dependência de álcool e outras drogas e o resultado foi a expansão da rede de atendimento e do acesso ao tratamento”. No entanto, diz a nota, “ainda que a lei 10.216 de 2001 descreva a internação como uma das estratégias possíveis para o tratamento dos transtornos mentais, ultimamente, alguns Estados e Municípios têm utilizado a internação como principal forma para lidar com a dependência de drogas”.

A “Nota Técnica da OPAS/OMS no Brasil sobre internação involuntária e compulsória de pessoas que usam drogas” lembra que um documento elaborado pela OMS em 2008, em conjunto com o Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC), descreveu dez princípios gerais que orientam o tratamento da dependência de drogas.

Um deles, intitulado “Tratamento da dependência de drogas, direitos humanos e dignidade do paciente”, explicita que o “direito à autonomia e autodeterminação, o combate ao estigma, ao preconceito e à discriminação e o respeito aos direitos humanos devem ser observados em qualquer estratégia de tratamento para a dependência de drogas”.

O documento também recomenda que o tratamento não deve ser forçado aos pacientes. “A internação compulsória é considerada uma medida extrema, a ser aplicada apenas a situações excepcionais de crise com alto risco para o paciente ou terceiros, e deve ser realizada em condições e com duração especificadas em Lei. Ela deve ter justificativa clara e emergencial, além de ter caráter pontual e de curta duração”, afirma a OPAS.

A Organização levantou preocupação com a garantia dos direitos humanos e com o respeito ao processo legal para autorizar e manter a internação compulsória para lembrar que 12 agências das Nações Unidas – entre elas a OMS – emitiram em 2012 comunicado conjunto sobre os Centros de Detenção e Reabilitação Compulsória. O documento recomendou aos países que estes centros sejam fechados, ou, na impossibilidade do fechamento imediato, que sejam seguidas recomendações descritas no documento.
“As agências recomendam claramente [no documento de 2012] que seja priorizada a implantação de ações e serviços de saúde comunitários com características voluntárias. As internações compulsórias só devem ser utilizadas em circunstâncias claramente definidas como excepcionais e, mesmo assim, devem respeitar os direitos humanos previstos na legislação internacional”, afirma a nota da OPAS.

Em 1997 e 2001, o Conselho Diretor da OPAS já havia aprovado resoluções que defendem a ênfase na implantação de serviços comunitários de saúde mental e de atenção psicossocial aos transtornos mentais. Em 2011, uma resolução que aprova o Plano de Ação sobre Uso de Substâncias Psicoativas e Saúde Pública afirmava textualmente que “os recursos financeiros e humanos devem ser usados, em primeiro lugar, nos serviços ambulatoriais de base comunitária da atenção básica e que sejam integrados no sistema de saúde geral”.

A nota técnica adiciona: “A OPAS no Brasil, em consonância com as referências citadas, acredita que o fortalecimento da rede de atenção psicossocial é prioritário e se constitui como opção mais adequada como resposta do setor saúde para o consumo de drogas. A perspectiva da rede pressupõe em si a necessidade de articulação dos diversos dispositivos e estratégias de trabalho – que incluem a internação – como forma a oferecer a melhor resposta sanitária para as demandas das pessoas que usam drogas.”

Leia a nota técnica na íntegra clicando aqui.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Doações brasileiras ao Programa Mundial de Alimentos na Guatemala totalizam 3.200 toneladas

Pra não falar que só criticamos o Brasil... rsrsr... Só uma questão: acho sensacional ajudar outros países, especialmente os latinoamericanos, mas, quantas toneladas são doadas para o sertão nordestino?

Doações brasileiras ao Programa Mundial de Alimentos na Guatemala totalizam 3.200 toneladas



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Mulher guatemalteca da região de Quiche, Guatemala. Foto: ONU/John Olsson
Mulher guatemalteca da região de Quiche, Guatemala. Foto: ONU/John Olsson

Os governos do Brasil e da Espanha doaram 456 toneladas de arroz para o governo da Guatemala por meio do Programa Mundial de Alimentos (PMA), informou na quinta-feira (9) a assessoria do PMA. Com a remessa, que se destina a famílias da área conhecida como ‘corredor seco’, Brasil totaliza 3.200 toneladas
de alimentos doadas ao país nos últimos dois anos.

O objetivo é apoiar as famílias da área conhecida como “corredor seco”, que perderam colheitas e outros meios de subsistência após o último período da onda de calor prolongada.

“O PMA agradece por poder contar com o apoio do Brasil e da Espanha, e também com o governo da Guatemala, com quem trabalhamos lado a lado”, ressaltou o representante do PMA na Guatemala, Guy Gauvreau. “É importante lembrar que, além desta doação, os países também fizeram compras de milho e feijão de pequenos agricultores locais, fortalecendo também o mercado interno.”

O ministro da Agricultura, Pecuária e Alimentação, Elmer Lopez, também agradeceu o apoio dado pela comunidade internacional para combater a fome no país. Ele anunciou que a contribuição do Brasil e da Espanha superam 5 mil toneladas de alimentos, armazenados nos depósitos do Instituto Nacional de Comercialização Agrícola da Guatemala (INDECA) em todo o país.

O apoio alimentar se destina a quase 11 mil famílias nos departamentos de Santa Rosa, Suchitepequez, Huehuetenango e Chimaltenango.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Mais de 23 mil pedestres morreram em 2010 na América Latina e Caribe, alerta OMS

Guerra?

Mais de 23 mil pedestres morreram em 2010 na América Latina e Caribe, alerta OMS

11 de maio de 2013 · Destaque

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42.844 pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil em 2010. Foto: Tânia Rêgo/ABr
42.844 pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil em 2010. Foto: Tânia Rêgo/ABr

Mais de 23.500 pedestres morreram nas estradas da América Latina e Caribe em 2010, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, representação regional da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). No Brasil, 42.844 pessoas morreram em acidentes de trânsito também em 2010, segundo o Ministério da Saúde.

O número de pedestres mortos corresponde a 23% dos óbitos por acidentes de trânsito, mas a proporção varia entre as regiões: 25% nos países andinos, 27% no Caribe e 31% na América Central. Em países como Estados Unidos e Canadá, essa porcentagem é muito menor, 12% e 14%, respectivamente.

Segundo a OMS, mais de 270 mil pedestres morrem em acidentes nas estradas do mundo inteiro a cada ano, o que equivale a 22% do total de 1,24 milhão de mortes por acidentes de trânsito.

Nas Américas, as crianças que vão e voltam da escola caminhando e os jovens adultos são as maiores vítimas. Também a nível global, a população masculina, tanto crianças como adultos, representam os pedestres que mais morrem nas estradas. Além dos óbitos, milhões de pedestres sofrem lesões que podem causar invalidez permanente ou exigir estadias longas em hospitais, o que custa caro para os hospitais.

Para marcar as comemorações da II Semana da Segurança Rodoviária Global, que vai do dia 6 ao dia 12 de maio, a OPAS e a OMS pediram para que os países instaurem mais medidas de segurança no trânsito, como aplicação dos limites de velocidade, leis que proíbem dirigir embriagado, paradas, calçadas e faixas de pedestres.

“Caminhar é uma necessidade diária para muitas pessoas, especialmente nos países em desenvolvimento, além de ser bom para a saúde e o meio ambiente”, disse Eugenia Rodrigues, Assessora de Segurança Rodoviária da OPAS/OMS. “No entanto, no sistema viário de nossos países, tradicionalmente, os veículos automotores têm recebido mais atenção e espaço. Precisamos tomar medidas urgentes para melhorar a segurança dos pedestres nas nossas estradas.”

A II Semana da Segurança Rodoviária Global faz parte da Década da Ação pelo Trânsito Seguro (2011-2020) e pretende salvar 5 milhões de vidas.