sábado, 7 de julho de 2012

Bipolaridade e gracinhas

Finalmente mais alguém viu como esse jornal é IDIOTA! Leiam com atenção e entendam como a mídia (e, em especial, a Rede Globo) torna cada um de nós cada dia mais imbecil.

São Paulo, segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
 Por Vanessa Barbara

Nunca entendi a implicância do Puxa Cachorra! com o "Jornal Hoje" (TV Globo). O Puxa! é um blog de humor (www.puxacachorra.blogsot.com) com ênfase em tolices do mundo da música, artes e televisão.

O nome é uma homenagem ao tio de alguém que, em reuniões de família, quando o assunto começava a ficar constrangedor, virava para a pessoa ao lado e dizia: "Está na hora de puxar a cachorra".

Observem o sorriso sincero destes dois seres...


Nunca entendi até que, na segunda-feira, prontifiquei-me a assistir a uma edição do noticiário. Por pouco não puxei as minhas tartarugas.

O jornal começa com a tradicional "escalada" de notícias: "Aulas canceladas, estradas interditadas. Mais de 300 pessoas já morreram em consequência do frio na Europa", diz o âncora Evaristo Costa. A câmera passa para Sandra Annenberg: "Já aqui no Brasil, é verão e tempo de sorvete -e que tal um frozen yogurt?".

Sim, eu bem queria estar inventando. Ao que tudo indica, o "Jornal Hoje" é uma atração com transtorno bipolar. "Agora está todo mundo triste", estranhou minha mãe, na matéria seguinte.

Os clichês se sucedem: por que uma notícia sobre as mudanças no Imposto de Renda tem de ser anunciada por uma repórter em frente ao Ministério da Fazenda? Por que todas as pautas sérias precisam ser "equilibradas" com futilidades? Faz sentido passar uma receita durante um telejornal?

As gracinhas chegam a ofender. Não precisava começar a matéria sobre a onda de frio europeia com a frase: "O branco é a cor de toda a Europa". Mesmo: não precisava.

Dizem que o "JH" é assim por ser exibido na hora do almoço, quando há menos gente propensa a absorver notícias indigestas. Por isso, em meio às mortes na Europa, o locutor acha de bom-tom falar sobre a preocupação com os bichos do zoológico, "menos com aqueles poucos que gostam do frio" -seguem imagens de uma lontra e de um urso polar.

Nem bem se recuperou da síncope depressiva na qual havia mergulhado segundos antes, Sandra dá um suspiro e diz: "Vamos refrescar um pouco esse clima?". Ambos riem, felizes. "Sorvete nesse calor é tudo de bom!"

No jornal, a receita do acepipe ganhou um tempo total de dois minutos, enquanto as notícias internacionais apareceram em flashes no quadro "O mundo em um minuto".

E como termina a matéria sobre o frozen yogurt? "É sabor e saúde para aproveitar ainda mais o verão."

Garrafas PET podem ser usadas para a produção de verniz

Cientistas do Brasil. Competentes e esquecidos...

Folha de São Paulo, segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Ciência

Pesquisa da UFRJ mostra que processo substitui o uso de compostos de petróleo GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
Em vez de ir para o lixo, garrafas PET usadas podem ser transformadas em matéria-prima para a produção de verniz, substituindo compostos derivados de petróleo.
No seu trabalho de mestrado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o químico Antonio Eduardo Ferreira Alves da Silva desenvolveu uma técnica para transformar as garrafas plásticas jogadas no lixo em um verniz em pó que pode ter várias aplicações: de utensílios domésticos a eletrônicos e indústria automotiva.
O trabalho, que já foi patenteado, levou a última edição do prêmio de pesquisa da Abripet (Associação Brasileira da Indústria do PET).
"O trabalho é importante porque aproveita um material que seria descartado e poderia acabar jogado de qualquer jeito, prejudicando o ambiente", disse Silva, que já tinha grande experiência no mundo das tintas industriais antes de se aventurar pelo ramo da pesquisa.
O cientista trabalhou com material que já havia sido descartado. Após serem moídas, as garrafas passam por um processo de degradação que altera seu peso molecular. O material passa ainda por outros processos até ser incorporado à receita que forma o verniz sustentável.
O resultado já mostrou que o material é viável para diversos usos e aderiu bem às superfícies em que foi testado.
APERFEIÇOAMENTO
Silva ressalta que o verniz em pó ainda precisa ser aperfeiçoado antes de entrar no mercado -o que ainda não tem previsão de acontecer.
"Para ser comercializado, é preciso resolver alguns problemas eventuais, como a formação de bolhas."
Além disso, diz o cientista, o material é bastante duro. "Algumas aplicações pedem maleabilidade do verniz. É uma propriedade que precisa ser levada em consideração", completa.
Por enquanto, o verniz em pó sustentável de Silva ainda está restrito ao laboratório, mas já existem no mercado tintas e vernizes que usam o PET como um de seus componentes.
"Mas o uso ainda é restrito. Temos que disseminá-lo", afirma Silva.