Esta é a premissa básica de qualquer interação dialógica. Mas este texto aqui não é um texto que se propõe a discutir algum assunto, a expor um ponto de vista que esperaria outros pontos de vistas, numa construção de diálogos. Não, não é.
Para haver diálogo tem que existir uma racionalidade mínima, assim como uma decência. Um diálogo com alguém que usa falácias o tempo todo é impossível. Assim como o é também quando o outro lado passa longe de qualquer resquício de racionalidade.
E é isso que a Prefeitura de São Paulo propôs. Ela quer punir pessoas que distribuem "sopão" grátis nas ruas da cidade. Usam falácias numa tentativa espúria de justificar uma ação que é puramente higienista, autoritária.
A atitude canalha da Prefeitura, escondida por trás de mil retóricas, talheres, pratinhos de louça, ou o velho "eu sei que o é melhor para você, que não não tem capacidade de saber e deve ser coagido a me obedecer", não merece debate, não merece diálogo. Não, não a reconheço como portadora de racionalidade. É vil, é alvejar a população mais carente e abandonada onde mais dói: na mera e simples subsistência.
É a barbárie em seu estado mais puro, e, por isso, mais bruto!
Não é possível dialogar ou debater. Seria possível demostrar, de maneira cabal, que os argumentos elencados pelo poder público é mentira. Mas não o farei.
Não é possível dialogar ou debater: isso humanizaria a violência institucional, traria para o campo da racionalidade e da igualdade o que é a violência mais perfeita e mais negadora dea humanidade.
O que é necessário, e urgente, é denunciar o real caráter facínora e fascista da Prefeitura de São Paulo. É se posicionar.
Aos responsáveis, simbolizados aqui na figura nefasta do prefeito Gilberto Kassab, todo o meu desprezo.